Para Guedes, inflação baixa abre espaço para a redução de juros
Segundo o ministro, a economia está começando a reagir e um novo corte na taxa de juros ajudaria no processo; Copom decide Selic no fim do mês
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira, 9, que o resultado do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de setembro, com deflação de 0,04% e inflação baixa no acumulado mostram que o país pode reduzir a taxa de juros.
“(Dado da inflação) mostra que está tudo sob controle, isso é bom. Inflação baixa quer dizer que o Brasil tem condições de baixar juros”, disse o ministro a jornalistas, depois de visita institucional ao jornal Folha de S.Paulo na capital paulista.
“O que está acontecendo é que a economia está começando a crescer e com a inflação baixa”, acrescentou.
O índice de inflação IPCA registrou queda de 0,04% em setembro, divulgou o IBGE nesta manhã, acumulando em 12 meses um crescimento de 2,89% –bem abaixo da meta para este ano de 4,25%, com variação de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A queda nos preços foi puxada, principalmente, pelos valores mais baixos em alimentos. O tomate, por exemplo, que já foi vilão do orçamento, teve queda de 16,1% em setembro.
O BC cortou a Selic para 5,50% ao ano no mês passado e sinalizou espaço para novo afrouxamento, o que fez economistas ajustarem suas apostas recentemente. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para os dias 29 e 30 de outubro. Após a divulgação do IPCA, o Goldman Sachs prevê que a Selic pode fechar o ano abaixo dos 5%. O banco suíço UBS aposta em 4,5%, mesma previsão de Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e colunista de VEJA.
Pacto federativo
Questionado sobre os próximos passos do governo, Guedes reiterou nesta quarta-feira que, após a votação da reforma da Previdência no Senado, o pacto federativo entrará em pauta. A expectativa é que a proposta de alterações na aposentadoria seja votada ainda este mês. Essa é a última etapa para que alterações nas regras, como a fixação de idade mínima para pedido de benefício, entre em vigor.
“Próxima fase é o pacto federativo, reforma administrativa é um capítulo desse plano maior que é o pacto federativo”, disse ele, em breve fala.
(Com Reuters)