SÃO PAULO, 13 Fev (Reuters) – As medidas de austeridade aprovadas pela Grécia devolveram aos mercados financeiros o apetite por risco nesta segunda-feira, contrastando com o pessimismo dos investidores no encerramento da semana passada.
Os ganhos, porém, foram limitados pelas preocupações com os protestos dos gregos contra a implementação das medidas e pelas persistentes dúvidas sobre se o país conseguirá os financiamentos necessários a tempo de evitar um default desordenado de sua dívida.
Os termos do acordo de troca de dívida entre a Grécia e o setor privado serão anunciados após a reunião dos ministros das Finanças da zona do euro (Eurogroup) na quarta-feira, disseram fontes próximas às negociações.
A notícia de que os parlamentares gregos aprovaram o duro ajuste fiscal sustentou os ganhos das bolsas de valores pelo mundo, valorizou as commodities e depreciou o dólar.
No Brasil, o dólar fechou em queda de 0,67 por cento diante do real, interrompendo movimento de duas altas seguidas e sem que o Banco Central tenha atuado para conter a desvalorização, impulsionada pelo intenso fluxo recursos externos para o país.
A Bovespa encerrou o pregão em alta de 2,65 por cento, praticamente anulando as perdas da última sexta-feira, quando as preocupações com a Grécia se somaram à repercussão negativa do balanço da Petrobras.
Em resposta à melhora no cenário internacional, os contratos DI elevaram as projeções de juros. Segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, economistas preveem que a taxa básica de juros terminará 2012 em 9,50 por cento ao ano. Hoje, a taxa está em 10,50 por cento ao ano, após quatro reduções feitas pelo BC de 0,50 ponto percentual cada desde agosto passado.
A agenda doméstica trouxe ainda a informação de que a balança comercial brasileira passou a acumular superávit pela primeira vez no ano, de 59 milhões de dólares. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o saldo foi obtido graças ao saldo positivo de 1,155 bilhão na segunda semana de fevereiro. Até a semana anterior, havia déficit de 1,095 bilhão de dólares.
Veja como ficaram os principais mercados financeiros nesta segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,750 real, em queda de 0,67 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa subiu 2,65 por cento, para 65.691 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 12,7 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
Às 18h40, o índice dos principais ADRs brasileiros subia 1,48 por cento, a 34.053 pontos.
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No call das 16h, o DI janeiro de 2013 estava em 9,330 por cento ao ano, ante 9,290 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3194 dólar, ante 1,3173 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, estável 133,125 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,296 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 8 pontos, para 193 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 10 pontos, a 334 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subia 0,54 por cento, a 12.870 pontos, o S&P 500 tinha alta de 0,65 por cento, a 1.351 pontos, e o Nasdaq ganhava 0,86 por cento, aos 2.928 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto estava em alta de 1,83 dólar, ou 1,92 por cento, a 100,56 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, cai, oferecendo rendimento de 1,9862 por cento, frente a 1,984 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por Hélio Barboza; Edição de Tiago Pariz)