SÃO PAULO, 10 de novembro (Reuters) – Os ativos financeiros globais ainda mostravam fragilidade nesta quinta-feira, em meio a persistentes dúvidas sobre a dívida de países da zona do euro, apesar de um leilão de títulos públicos italianos ter tido desempenho melhor que o esperado.
Ainda assim, a Itália pagou a taxa mais alta em 14 anos, ao vender papéis de 12 meses em leilão. Os yields se afastavam um pouco do recorde batido na véspera, mas ainda rondavam níveis considerados insustentáveis.
Os mercados monitoravam algum avanço no plano político europeu. Em Roma, o nome do ex-comissário europeu Mario Monti emergiu como o favorito para o cargo hoje ocupado pelo premiê Silvio Berlusconi, e espera-se que ele implemente reformas necessárias para fortalecer a economia do país.
Na Grécia, após dias de impasse sobre quem ocuparia a chefia de governo, o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Lucas Papademos foi indicado para comandar o governo interino do país e evitar Atenas dê um calote e saia da zona do euro.
Em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a crise na Europa está se agravando e que é preciso que o governo brasileiro esteja sempre tomando medidas para fortalecer a economia do país, mantendo a situação fiscal sólida.
O ministro preferiu não discutir a possibilidade de o governo retirar parte das medidas macroprudenciais adotadas recentemente para esfriar a economia, conforme sugeriu uma fonte da equipe econômica na quarta-feira.
O euro operava perto da estabilidade, ao mesmo tempo em que o índice de referência do mercado acionário europeu passava a cair.
Após uma abertura positiva, Wall Street não mostrava direção comum, o que limitava os ganhos da Bovespa.
O dólar reduzia a queda ante o real, enquanto as projeções de juros ajustavam para cima após seguidos dias de queda.
O movimento da curva de DI tinha suporte em dados sobre o varejo brasileiro divulgados mais cedo, que vieram acima das expectativas.
As vendas nesse segmento subiram 0,6 por cento em setembro sobre agosto e 5,3 por cento em relação a igual mês do ano passado. Analistas ouvidos pela Reuters previam alta mês a mês de 0,4 por cento e avanço anual de 4,9 por cento.
Veja a variação dos principais mercados às 13h45 desta quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,7705 real, em queda de 0,31 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa subia 0,22 por cento, para 57.674 pontos.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros subia 0,35 por cento, a 30.197 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2013 apontava 11,022 por cento ao ano, ante 11,005 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3575 dólar, ante 1,3545 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía a 132.500 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,971por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 11 pontos, para 220 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 8 pontos, a 356 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones ganhava 0,27 por cento, a 11.812 pontos; o S&P 500 tinha variação positiva de 0,06 por cento, a 1.229 pontos, e o Nasdaq cedia 0,56 por cento, a 2.606 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo 0,94 dólar, 96,97 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,0156 por cento ante 1,966 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Vanessa Stelzer)