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Os impactos do 7 de setembro de Bolsonaro segundo o Ministério da Economia

Vistos como um tiro no pé para o fomento ao crescimento, atos são só a cereja do bolo de um movimento que já afugenta investidores

Por Victor Irajá Atualizado em 7 set 2021, 22h47 - Publicado em 7 set 2021, 11h03

O Ministério da Economia não vê com bons olhos o movimento com viés golpista protagonizado pelo presidente Jair Bolsonaro neste feriado de 7 de setembro. Apesar de minimizarem os riscos de ruptura democrática, secretários do ministro Paulo Guedes enxergam com preocupação os impactos econômicos da aventura do presidente. O cenário, porém, já está precificado, segundo esses auxiliares. Como mostra reportagem de VEJA da semana, os sintomas de que o ambiente está péssimo para investimentos refletem-se, por exemplo, na cotação do dólar. Segundo membros do ministério, teria um “valor natural” de 4,50 reais, dadas a balança comercial batendo recorde e as exportações trazendo dólares ao país, mas, na véspera do feriado, bateu 5,17 reais. “Quem está faturando em dólar está deixando o dinheiro fora”, afirma um auxiliar. 

O ministro Paulo Guedes vê o movimento de Bolsonaro como um tiro no pé e aconselhou o presidente a diminuir o volume das tensões. Segundo ele, porém, a discurso atual envolve apenas “exibição de força”. A preocupação do ministro envolve a instabilidade econômica e, sim, até mesmo os planos de reeleição de Bolsonaro, dada a disparada da inflação e a diminuição do ritmo de investimentos graças ao aumento das tensões. Auxiliares do ministro tentam tranquilizar os investidores, admitindo, porém, que a leitura pode estar equivocada. “Não vai acontecer nada. Essa é a nossa avaliação, que talvez seja otimista”, afirma um secretário. “Raciocinamos dentro da regra, das quatro linhas da Constituição. Interpretamos o movimento como um teste para as instituições.”

Apesar de, publicamente, dar uma resposta ufanista sobre a retomada da economia depois do pior momento da pandemia de Covid-19 e o avanço da vacinação, Guedes está preocupado com os resultados. Ele admite a pessoas próximas que o ritmo do crescimento já não é mais o mesmo e que o ânimo empresarial anda minguado. Semanalmente, o Boletim Focus, do Banco Central, que mede as expectativas do mercado finaneir em torno da economia anda claudicante. Para auxiliares do ministro, o movimento deste 7 de setembro é nocivo para o próprio governo, e preveem maior dificuldade no andamento de reformas e projetos para a criação de empregos e no diálogo com os poderes. “O positivo para o governo é a economia dar boas respostas, principalmente no emprego.”

A esperança de membros da pasta envolve o “afastamento”, segundo eles, do papel de Guedes nos movimentos políticos. A leitura majoritária no Ministério da Economia é de que Guedes precisa abrir flancos de debate com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), visto como “um moderado”. A estratégia de Guedes é manter-se afastado dos movimentos, para apresentar-se como um intermediador entre o governo e as instituições. Auxiliares acreditam que o diálogo de membros de outros poderes com o ministro estará preservado graças à discrição em meio à escalada autoritária do presidente. Guedes esteve presente na cerimônia de hasteamento da bandeira ao lado do presidente e outros ministros na manhã do Dia da Independência, “por razões institucionais”. “Mas não vai participar da briga”, contam.

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