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Obama pede que Câmara aprove acordo fiscal ‘sem atraso’

Objetivo da proposta defendida pelo presidente americano é estender cortes de impostos para a classe-média e elevar taxas sobre os mais ricos

Por Da Redação
1 jan 2013, 11h34

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta terça-feira que a Câmara dos Deputados do país siga a liderança do Senado e aprove um acordo sobre o “abismo fiscal”, a fim de estender os cortes de impostos para a classe-média e elevar as taxas sobre os mais ricos.

“Embora nem democratas nem republicanos tenham conseguido tudo o que queriam, este acordo é a coisa certa a se fazer para nosso país, e a Câmara deve aprová-lo sem atraso”, disse em comunicado, após o Senado, que tem maioria democrata, ter aprovado a legislação por ampla maioria.

“Há mais trabalho a ser feito para reduzir nossos déficits, e estou disposto a fazê-lo. Mas o acordo desta noite nos garante que, ao avançar, vamos continuar a reduzir o déficit por meio de uma combinação de novos cortes de gastos e novas receitas dos norte-americanos mais ricos”, pontuou o presidente.

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Pacote – Resultado de um acordo firmado pouco antes, o pacote recebeu no Senado 89 votos a favor e oito contra. O plano foi ratificado mais de duas horas depois de ter terminado o prazo formal, à meia-noite, para evitar o início de efeitos que incluem aumentos de impostos e cortes agressivos nos gastos governamentais, programados para 1º de janeiro.

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Pelo pacote aprovado pelos senadores, os impostos não subirão para a classe média, apenas para os mais ricos, como prometeu durante a última campanha o presidente Barack Obama. A taxa do imposto de renda sobre rendimentos superiores a 400 000 dólares ao ano para indivíduos, e 450 000 para casais, sobe dos atuais 35% para 39,6%, voltando ao nível de 20 anos atrás.

O limite inicialmente defendido pelo governo Obama, no entanto, era de 250 000 dólares. Mesmo assim, o pacote foi considerado uma vitória democrata, uma vez que o discurso do presidente sobre o aumento de impostos prevaleceu e os republicanos não admitiam nenhuma elevação tributária no país. A legislação aprovada também prevê aumento dos impostos sobre herança e sobre ganhos de capital.

Gastos – A solução para o corte nos gastos do governo, no entanto, é temporária. O Senado postergou por dois meses os cortes no orçamento, estendeu o seguro-desemprego, estimou um corte de 27% em honorários médicos dentro do programa Medicare e impediu a elevação dos preços do leite. Mas como o teto do endividameto do governo dos EUA deve ser atingido novamente em fevereiro, novas negociações serão necessárias até lá.

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No último minuto, os senadores impediram ainda um aumento de 900 dólares no pagamento aos membros do Congresso. Mesmo com a aprovação do pacote fiscal no Senado, o país perdeu o prazo que terminaria à meia-noite. Os efeitos de uma alta generalizada dos impostos, porém, não serão sentidos de imediato e, nesta terça, o Congresso terá tempo para alcançar um compromisso mais amplo, que precisa da aprovação dos deputados.

Câmara – Ainda durante as negociações no Senado, na noite desta segunda, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos decidiu não votar antes do fim do ano nenhuma proposta sobre o assunto, anunciou um representante do Partido Republicano – que tem a maioria na casa. Diante da aprovação do pacote pelos senadores, os líderes dos deputados comprometeram-se a colocar a mesma legislação em votação na tarde desta terça.

Mudanças possíveis – Os próximos passos da Câmara são incertos. Aqueles que apoiam o formato do acordo esperam que a aprovação no Senado ajude também a medida a passar na casa para, então, encaminha-la ao gabinete de Obama para sanção presidencial. Contudo, o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, citou a possibilidade de que os deputados façam emendas e devolvam o projeto ao Senado. Os republicanos na casa ainda não decidiram sobre quão rápido vão agir. Espera-se que democratas consigam votos para assegurar a passagem do plano, assumindo que Boehner aceite as mesmas medidas aprovadas pelo Senado.

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Fator calendário – Segundo o jornal The New York Times, a proposta amplamente aprovada no Senado – que impede aumentos automáticos de impostos a todos os americanos e posterga por dois meses cortes nas despesas públicas – corre risco.

Os deputados têm apenas três opções: aprová-la integralmente, rejeitá-la por completo ou propor alterações, o que implicaria seu retorno para nova apreciação entre os senadores. O Senado, entretanto, não parece disposto a votar novamente após a luta árdua para chegar à proposta que foi ratificada na casa nesta terça-feira.

O Legislativo está ainda sob forte pressão de seu próprio calendário. As tentativas no momento são para aprovar a medida antes que a 112ª legislatura do Congresso americano termine ao meio-dia desta quinta-feira. Caso os parlamentares falhem nesta tarefa, tudo o que foi sancionado se perderá. A nova legislatura (a 113ª) exigiria que o processo começasse novamente do zero.

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Em outras palavras, o Senado teria de votar novamente um acordo bipartidário. Contudo, não se sabe se o projeto aprovado nesta terça teria iguais condições de aprovação, pois boa parte do Congresso será renovada ante o resultado das eleições de novembro, pois muitos legisladores veteranos deixarão a casa e outros chegarão para substitui-los.

Fora da pauta – Para completar o quadro, a sessão da câmara começou sem que se saiba ao menos se John Boehner submeterá o acordo à votação. O capelão da câmara chegou a pedir uma ‘intervenção divina’ para tirar os Estados Unidos de sua crise fiscal. “Os americanos estão muito divididos em opiniões e interesses”, disse o sacerdote jesuíta Patric J. Conroy em sua prece de abertura.

(com Reuters, EFE e Estadão Conteúdo)

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