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O preço da guerra da Ucrânia e da Covid-19 para a indústria da moda

Segundo levantamento da Abit, 75% das empresas desse segmento reportaram alguma dificuldade no abastecimento de insumos e matérias-primas

Por Felipe Mendes Atualizado em 11 jul 2022, 17h34 - Publicado em 7 jul 2022, 15h17

A invasão da Ucrânia pela Rússia tem afetado diretamente os custos da indústria da moda do país. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção a Abit, que VEJA teve acesso, 75% das empresas desse segmento reportaram alguma dificuldade no abastecimento de insumos e matérias-primas, seja pela falta de itens, aumento do nível internacional dos preços, logística ou transporte.

Além dos fatores que causam uma fricção na cadeia de abastecimento global, a inflação da energia também preocupa o setor têxtil brasileiro. Dentre as empresas consultadas, 29% apontaram o encarecimento da conta de luz como o principal entrave para os negócios no país. “O Brasil tem energia barata, mas tem a conta cara, e isso, sem dúvidas, afeta a produtividade da indústria brasileira. A energia elétrica movimenta as fábricas, é um insumo fundamental para mover a produção”, diz Fernando Pimentel, presidente da Abit. “Muitas indústrias encareceram os produtos delas para suprir esse aumento dos custos e acabaram diminuindo a competitividade no mercado”.

Pimentel cita ainda um estudo encomendado por setores da indústria ao Boston Consulting Group, pelo qual foi revelado que o custo para se produzir no Brasil é o equivalente a 1,5 trilhão de reais a mais do que a média dos países que fazem parte da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Hoje, a maioria dos insumos e matérias-primas afetados atualmente por gargalos de fornecimento e logísticos e por pressão de preços é procedente da China (71%), em decorrência de outro problema, os lockdowns, estabelecidos com a disseminação da Covid-19 no país. Pimentel diz que as restrições do país acabam ocasionando fricções no mercado, mas vê com bons olhos uma recuperação no segundo semestre deste ano. “Nós sofremos bastante nos primeiros meses do ano, com a produção industrial mais baixa que em 2021, devido ao aumento dos custos, sobretudo por parte das indústrias que consomem o algodão, uma commodity com preço baseado na cotação internacional. Mas o segundo semestre deverá ser melhor. O aumento da taxa de juros dificulta a tomada de capital de empréstimo e de financiamento pela indústria, mas, aparentemente, a pior parte das pressões inflacionárias já ficou para trás”, analisa.

Segundo o levantamento da Abit, mais de 70% das empresas dizem ter volumes de matéria-prima e insumos suficientes para manter a produção por mais de um mês. Em média, há como sustentar as operações num período de 45 a 60 dias. Quanto às dificuldades relacionadas ao transporte de seus produtos, matérias-primas e insumos, elas são consideradas moderadas para 31% das empresas, grandes para 10% e extremas para 5%. Foram ouvidos 71 empresários representantes do setor têxtil.

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