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O efeito tanto global quanto de Bolsonaro na alta do dólar

Moeda chega a oito dias consecutivos sendo negociada acima de 5 reais por medo de recessão global e com cenário doméstico conturbado

Por Luana Zanobia Atualizado em 23 jun 2022, 16h29 - Publicado em 23 jun 2022, 11h22

Após apresentar uma tendência de queda nos últimos meses, o dólar mostrou reversão na trajetória de baixa e já chega a oito dias consecutivos acima de 5 reais. O movimento começa a refletir temores de uma recessão global com as medidas de elevações nos juros em diversos países. Por aqui, as instabilidades geradas pelo governo Bolsonaro em ano eleitoral trazem ainda mais pressão para o valor do real.

Na manhã desta quinta-feira, 23, a moeda norte-americana avançava para além de 5,20 reais, repercutindo ainda a fala de Jerome Powell, presidente do banco central norte-americano, o Federal Reserve, que reforçou o compromisso de atacar a inflação, com o mercado já precificando também a possibilidade de uma recessão global diante aos dados inflacionários e de desaceleração de alguns países. “Esse temor de uma recessão tem levado os investidores a procurarem refúgio em ativos menos arriscados, o que explica em parte essa valorização do dólar”, diz Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital. No mês, o dólar acumula valorização de 9,77%.

A inércia inflacionária global, em especial em países que não conviviam com esse fenômeno há décadas, como os Estados Unidos, faz os bancos centrais elevarem suas projeções para as taxas de juros, afugentando os investidores dos países emergentes. O real foi a moeda que mais se valorizou no ano com a Selic a 13,25% – uma das mais altas do mundo –, mas agora terá de competir com os juros de países mais seguros e desenvolvidos, revertendo essa valorização.

O ambiente internacional vem mostrando um fortalecimento do dólar frente a diversas moedas, mas o noticiário doméstico também não é positivo. A piora das perspectivas fiscais no Brasil também estão ajudando a uma escalada ainda maior da moeda local. Em meio à confusão entre o governo e a Petrobras diante às trocas constantes na presidência da estatal por conta dos reajustes nos combustíveis, o governo vem tentando emplacar medidas para baixar os preços dos combustíveis, como a redução do ICMS, e agora também passa a aventar um benefício maior para caminhoneiros, de 400 reais para 1 mil reais, aumento do vale gás.

Também já repercute na ala governamental a possibilidade de recriar o auxílio emergencial, no valor de 200 reais, até o final do ano, complementando o valor do Auxílio Brasil. “Os boatos de que querem declarar estado de emergência para chancelar uma expansão de gastos trouxe uma piora adicional sobre as perspectivas fiscais, principalmente no que toca o arcabouço de controle fiscal vigente. Tudo isso tem piorado o dólar e o juro também”, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. Na avaliação do economista, a ideia sobre a expansão fiscal, por enquanto, parece uma possibilidade remota, dado que vários integrantes do Ministério da Economia já se mostraram contrários as iniciativas.

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