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O brasileiro retoma, com cuidado, o prazer de viajar

O setor hoteleiro começa a receber viajantes em meio a protocolos de segurança e cuidados para evitar o contágio — e o reinício tem sido promissor

Por Luisa Purchio Atualizado em 16 ago 2020, 08h09 - Publicado em 14 ago 2020, 06h00

Ficar em casa, a regra básica para conter o novo coronavírus, separou as pessoas de um de seus grandes prazeres: viajar. Mas, depois de cinco meses de confinamento forçado, e em meio à melhora dos números da pandemia em algumas regiões, turistas e empresários do ramo vislumbram a perspectiva de volta à normalidade. Uma pesquisa realizada pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) mostra que, em agosto, 58,1% dos 872 hotéis consultados pela entidade vão reabrir, um índice que deve chegar a 85% até dezembro. Da mesma forma, grandes operadoras de turismo, como a CVC, já registram aumento no interesse e consultas sobre condições de viagem para embarques entre novembro deste ano e fevereiro de 2021. “Nos fins de semana, hotéis e pousadas de cidades como Monte Verde (MG) e Atibaia (SP) já estão sem vagas”, explica Orlando Souza, presidente do FOHB. “Com a flexibilização da quarentena, as pessoas aproveitam para viajar com a família”, diz.

Nesse novo cenário, hotéis mais reservados apresentam vantagens em relação aos resorts e suas imensas e abarrotadas áreas comuns. Localizado no Rio de Janeiro, cidade que apresenta redução no volume de contaminações e já teve suas principais atrações turísticas reabertas, o Hotel Vila Santa Teresa possui sete suítes para casais, mas está disponibilizando só seis para uso. Além de seguir os protocolos convencionais, adotou recursos mais sofisticados, como a utilização de luz ultravioleta e ozonização na desinfecção dos quartos. Reaberto em julho, o hotel já registrou cinco fins de semana com ocupação total das instalações liberadas. Durante a semana, a procura fica em torno de 60%. “Os hóspedes comentam que não queriam sair de casa no começo, mas com todo o protocolo estão se sentindo mais seguros”, diz Eva Monteiro de Carvalho, uma das sócias. Para se adequar à nova realidade, a empresa investiu 60 000 reais. “Recebíamos muitos turistas estrangeiros. Agora, a maioria dos hóspedes tem vindo de São Paulo e do Rio de Janeiro.”

Calcula-se que a pandemia tenha provocado perdas de mais de 120 bilhões de reais no setor de turismo, segundo cálculos da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA). Apesar da queda drástica no faturamento das empresas desse segmento, algumas viram na crise a chance de expandir seus negócios. A startup VOA, especializada em reservas on-line e gestão financeira digital de pequenos e médios hotéis, viu a carteira de clientes crescer de oito estabelecimentos para 53 em meio à pandemia. Criada por José Eduardo Mendes, fundador da agência de viagens on-line Hotel Urbano, a empresa disponibiliza vagas dos clientes em mais de 200 canais mundo afora e oferece um algoritmo de precificação dinâmica, que ajusta a tarifa automaticamente à procura. A empresa também implanta programas de inovação tecnológica e se prepara para lançar uma linha de crédito para investimentos nos hotéis associados e se tornar uma espécie de fintech para o setor. “A crise da Covid-19 foi um desastre para o turismo, mas também foi a oportunidade para muitos hotéis se reinventarem”, avalia Mendes. Agora, com cuidado e responsabilidade, o sonho (que parecia distante) da volta das viagens finalmente começa a virar realidade.

Publicado em VEJA de 19 de agosto de 2020, edição nº 2700

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