PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

O brasileiro retoma, com cuidado, o prazer de viajar

O setor hoteleiro começa a receber viajantes em meio a protocolos de segurança e cuidados para evitar o contágio — e o reinício tem sido promissor

Por Luisa Purchio Atualizado em 4 jun 2024, 15h40 - Publicado em 14 ago 2020, 06h00

Ficar em casa, a regra básica para conter o novo coronavírus, separou as pessoas de um de seus grandes prazeres: viajar. Mas, depois de cinco meses de confinamento forçado, e em meio à melhora dos números da pandemia em algumas regiões, turistas e empresários do ramo vislumbram a perspectiva de volta à normalidade. Uma pesquisa realizada pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) mostra que, em agosto, 58,1% dos 872 hotéis consultados pela entidade vão reabrir, um índice que deve chegar a 85% até dezembro. Da mesma forma, grandes operadoras de turismo, como a CVC, já registram aumento no interesse e consultas sobre condições de viagem para embarques entre novembro deste ano e fevereiro de 2021. “Nos fins de semana, hotéis e pousadas de cidades como Monte Verde (MG) e Atibaia (SP) já estão sem vagas”, explica Orlando Souza, presidente do FOHB. “Com a flexibilização da quarentena, as pessoas aproveitam para viajar com a família”, diz.

Nesse novo cenário, hotéis mais reservados apresentam vantagens em relação aos resorts e suas imensas e abarrotadas áreas comuns. Localizado no Rio de Janeiro, cidade que apresenta redução no volume de contaminações e já teve suas principais atrações turísticas reabertas, o Hotel Vila Santa Teresa possui sete suítes para casais, mas está disponibilizando só seis para uso. Além de seguir os protocolos convencionais, adotou recursos mais sofisticados, como a utilização de luz ultravioleta e ozonização na desinfecção dos quartos. Reaberto em julho, o hotel já registrou cinco fins de semana com ocupação total das instalações liberadas. Durante a semana, a procura fica em torno de 60%. “Os hóspedes comentam que não queriam sair de casa no começo, mas com todo o protocolo estão se sentindo mais seguros”, diz Eva Monteiro de Carvalho, uma das sócias. Para se adequar à nova realidade, a empresa investiu 60 000 reais. “Recebíamos muitos turistas estrangeiros. Agora, a maioria dos hóspedes tem vindo de São Paulo e do Rio de Janeiro.”

Calcula-se que a pandemia tenha provocado perdas de mais de 120 bilhões de reais no setor de turismo, segundo cálculos da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA). Apesar da queda drástica no faturamento das empresas desse segmento, algumas viram na crise a chance de expandir seus negócios. A startup VOA, especializada em reservas on-line e gestão financeira digital de pequenos e médios hotéis, viu a carteira de clientes crescer de oito estabelecimentos para 53 em meio à pandemia. Criada por José Eduardo Mendes, fundador da agência de viagens on-line Hotel Urbano, a empresa disponibiliza vagas dos clientes em mais de 200 canais mundo afora e oferece um algoritmo de precificação dinâmica, que ajusta a tarifa automaticamente à procura. A empresa também implanta programas de inovação tecnológica e se prepara para lançar uma linha de crédito para investimentos nos hotéis associados e se tornar uma espécie de fintech para o setor. “A crise da Covid-19 foi um desastre para o turismo, mas também foi a oportunidade para muitos hotéis se reinventarem”, avalia Mendes. Agora, com cuidado e responsabilidade, o sonho (que parecia distante) da volta das viagens finalmente começa a virar realidade.

Publicado em VEJA de 19 de agosto de 2020, edição nº 2700

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.