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O agro é pop, mas conseguirá salvar a vida do Madero?

Com dívida de R$ 1 bilhão e sem a capitalização almejada pelo IPO, Madero busca financiar operação com os certificados agrícolas

Por Luana Zanobia Atualizado em 1 fev 2022, 11h56 - Publicado em 1 fev 2022, 11h41

O Grupo Madero, do chef e empresário Junior Durski, está buscando alternativas no mercado para quitar uma dívida de 1 bilhão de reais após desistir de engordar seu caixa por meio da abertura de capital na bolsa de valores. Sem a capitalização pretendida pelo IPO, a rede de lanchonetes especializada em hambúrgueres estuda levantar 500 milhões de reais por meio da emissão de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).

Os CRAs são títulos de renda fixa, lastreados no agronegócio, e são bastante procurados em momento de alta da taxa de juros, a Selic, que deve chegar em 11,75% ao final do ano. O objetivo da emissão é realizar compra de produtos in natura de produtores rurais, mas principalmente de alongar a dívida, que já está com uma parcela próxima do vencimento.

Na metade do ano passado, a rede esteva com a corda no pescoço e acabou negociando o chamado “waiver”, um tipo de perdão de dívida, com os bancos Bradesco e BTG Pactual. Caso contrário, a rede teria que fazer pagamento antecipado, causando impactos ainda maiores em seu caixa bastante estrangulado. Na ocasião, a rede também alterou o vencimento de julho de 2021 e janeiro de 2022 para julho de 2022, visando ganhar um prazo de até um ano para quitar as dívidas.

Metade da dívida de 1 bilhão com os bancos Bradesco, Itaú, BTG e Banco do Brasil vence agora em julho. Porém, com o vencimento programado e sem os recursos vindos de uma abertura de capital, a rede encontrou nos CRAs uma maneira de capitalizar a operação e ainda adiar o pagamento dessa dívida contratada para os próximos cinco a seis anos, sem prejudicar seu balanço atual. A emissão dos CRAs será feita em duas parcelas, uma com prazo de cinco anos e remuneração de 3,50% do CDI; e outra com prazo de prazo de vencimento de seis anos atrelada ao NTN-B 26, um título híbrido do Tesouro Direto.

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Segundo o grupo, o aumento da dívida no terceiro trimestre de 2021 – que já é 44% maior que a do mesmo período de 2020 – se deve ao aumento de capital de giro usado para expansão da rede. Até setembro do ano passado, foram inauguradas 27 lojas. Ao todo, são 250 restaurantes Madero espalhados pelo país. Apesar do aumento da dívida, o grupo registrou uma receita de 310,4 milhões de reais no terceiro trimestre do ano passado, sendo essa a maior receita trimestral da história do Madero, e 66,6% superior ao do mesmo período de 2020. “O aumento da receita mesmo em relação aos períodos pré-pandêmicos é resultado da recuperação das vendas que já está em patamares similares a 2019, bem como da estratégia de expansão da companhia”, informa o grupo no último relatório de resultados, referente ao terceiro trimestre de 2021.

O Madero deixou claro que possui a meta de realizar um IPO “assim que o mercado de capitais apresentar condições para a realização de uma operação nos parâmetros que a Companhia entender adequados”. A empresa desistiu do processo este mês – junto a outras 13 empresas – e ainda não há sinalizações de quando os investidores poderão abocanhar a carne do Madero. Por enquanto, a rede conta com a ajuda do agro para tornar aa refeição mais suculenta.

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