Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Ninguém está pensando no próprio umbigo’, diz Haddad sobre tributária

Ministro da Fazenda diz estar confiante na aprovação do texto; setor de serviços estima que proposta coloque 3,8 milhões de empregos em risco

Por Larissa Quintino Atualizado em 26 jun 2023, 16h54 - Publicado em 26 jun 2023, 14h40

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrou confiança na aprovação da reforma tributaria na Câmara dos Deputados e defendeu o substitutivo apresentado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Segundo o ministro, um dos pontos mais positivos da matéria é uma transição lenta, que terá impactos a longo prazo.

“Os impactos da tributária são muito diluídos ao longo do tempo, isso é uma virtude da tributária. Ao diluir no tempo, ninguém está pensando no próprio umbigo, mas no que é melhor para o país”, afirmou Haddad nesta segunda-feira, 26.

Com a reforma tributária, haverá mudança no peso dos impostos para cada setor da economia por causa do estabelecimento de uma alíquota geral para todos — estimada em 25%, uma das maiores do mundo. O agronegócio e o setor de serviços sinalizam aumento de carga tributária e um impacto sobre renda e emprego.

A Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula que, com uma alíquota de 25% para o futuro IVA, o aumento da carga tributária no setor de serviços ameaçaria 3,8 milhões de empregos. Além disso, a proposta pode gerar um aumento de carga tributária acima de 170% no setor de serviços e de 40% no comércio.

Dentro dessa alíquota geral, estados e municípios vão poder fixar alíquotas-padrão, aplicando a todos os produtos e serviços. Hoje PIS e Cofins, por exemplo, têm alíquotas diferentes em dois principais tipos de tributação: 3,65% para o regime de lucro presumido (sem possibilidade de acumular créditos) e 9,25% para o regime de lucro real (com possibilidade de acumular créditos). Com a nova proposta, haverá também uma mudança no regime de cumulatividade, que incide sobre PIS/Cofins. A tomada de crédito agora será sobre 25% do tributo, desde que o tomador de serviços seja pessoa jurídica. Hoje, quem arca com o peso dos impostos é quem contrata o serviço. O prometido é que o encargo pese agora sobre os ombros do prestador, que tomará crédito sobre o imposto assumido desde que o cliente seja uma empresa. Este é o gargalo: a maior parte dos clientes do setor de serviços são pessoas comuns, o que não permitiria a tomada de crédito de acordo com o novo modelo.

Continua após a publicidade

Segundo Haddad, as manifestações setoriais fazem parte da tramitação da proposta. “Reta final de negociação complexa é todo mundo se manifestando, mas temos um colegiado representativo do povo e da federação, Câmara e Senado, e vamos ter conclusão do processo, estou muito confiante”, disse.

Tramitação

O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou na semana passada que a entrega do substitutivo do relator buscava iniciar uma conversa sobre o debate federativo (destinação de recursos pela União a estados e municípios) e sobre questões setoriais (o peso dos tributos sobre cada setor da economia). A expectativa é que o texto seja votado no início de julho, antes do recesso legislativo.

Haddad avaliou que a reforma tributária vai representar um “salto de qualidade” para o país, com um “impacto na produtividade da economia extraordinário”.

“Vai vencer o debate sobre insegurança jurídica que temos hoje, tanto para os contribuintes quanto para os gestores públicos. Vai pacificar a guerra fiscal, que já produziu os piores resultados para a federação. Ninguém ganhou, todo mundo perdeu. Eu penso que estamos às vésperas de uma oportunidade que há muito tempo não se vê no Brasil”, afirmou.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.