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Morre Lázaro Brandão, ex-presidente do conselho do Bradesco

Banqueiro tinha 93 anos e estava internado em São Paulo após passar por uma cirurgia; Brandão deixou administração do banco há cerca de dois anos

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 out 2019, 14h23 - Publicado em 16 out 2019, 08h47

Morreu nesta quarta-feira, 16, aos 93 anos, o ex-presidente do conselho do Bradesco, Lázaro Brandão. O banqueiro estava internado no Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, após passar por uma cirurgia. A causa da morte não foi confirmada oficialmente.

Brandão renunciou ao cargo de presidente do banco em outubro de 2017. Ele estava na presidência do conselho de administração desde fevereiro de 1990. De janeiro de 1989 a março de 1999, foi presidente da diretoria.

Brandão iniciou sua carreira em 1942 na Casa Bancária Almeida & Cia., que se transformou em Banco Brasileiro de Descontos S.A., atual Banco Bradesco S.A., em 1943. Dentro da instituição, ele passou por todos os escalões da carreira bancária – seu primeiro cargo foi de escriturário.

Após sua renúncia ao cargo no conselho do Bradesco, o banco nomeou Luiz Carlos Trabuco Cappi, até então vice-presidente, como novo presidente. 

Brandão deixa a mulher, duas filhas e um neto.

Em nota, Trappi, em nome do banco, lamentou a morte de seu antecessor. ” Homem de visão de futuro e inesgotável capacidade de trabalho, foi uma personalidade marcante, que influenciou a todos que com ele conviveram. Será sempre lembrado pelo talento, honradez e capacidade empreendedora”.  Segundo o presidente do banco, a perda de Brandão será sentida por todo o sistema financeiro. “As lições que deixou certamente continuarão a influenciar positivamente as atuais e futuras gerações”.

Trajetória

Brandão nasceu em 15 de junho de 1926 em Itápolis, São Paulo. Aos 16 anos, seu sonho era trabalhar no Banco do Brasil – chegou a fazer um cursinho para se preparar para o concurso do BB. Ele aceitou a sugestão de um parente e foi trabalhar na Casa Bancária Almeida, instituição fundada em Marília que deu origem ao Bradesco. Entrou em 1942 como escriturário.

Foi nomeado diretor em 1963. Em 1977, alcançou o posto de vice-presidente. O cargo de diretor-presidente chegou em 1981. Assumiu a presidência do conselho de administração em 1990, após o afastamento do fundador Amador Aguiar – que morreu em 1991.

Brandão assumiu os dois cargos até 1999, quando Márcio Cypriano assumiu a presidência executiva do banco. Cypriano foi substituído em 2009 por Trabuco, que agora sucederá Brandão.

Em 2016, ao completar 90 anos, ele disse que aposentar-se era uma necessidade iminente, mas um desejo longínquo.

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Sob a administração de Brandão, o Bradesco implementou uma hierarquia rígida, de rotina pouquíssimo flexível. O comportamento de Brandão virou o padrão a ser seguido no banco: chega-se cedo e fica-se até a noite.

‘Legado inestimável’

Em nota, Octávio de Lazari, presidente executivo do Bradesco, disse que Brandão marcou não apenas a história do banco, “mas também a história pessoal de todos nós”. No mundo empresarial, segundo o executivo, seu Brandão firmou posição de liderança e tornou-se referência, com seu estilo “calmo, discreto, mas decidido”.

“Seu profundo conhecimento sobre o mercado financeiro, e a visão sóbria e exata da economia brasileira, foram fundamentais para a construção do Bradesco e de toda uma cultura de negócios que marcou várias gerações de executivos”, afirmou o executivo. “Ele construiu, ao lado de Amador Aguiar, uma das empresas de maior sucesso no Brasil.”

Luís Carlos Trabuco, por sua vez, afirmou, em comunicado, que o sistema financeiro perde “um dos mais ilustres e tradicionais representantes, que sempre soube guiar-nos pelos elevados ideais de honestidade, coerência profissional e dedicação”. “Foi uma honra trabalhar, conviver e ser inspirada por esse ícone e grande líder, cuja ausência será muito sentida”, disse.

O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, destacou o “legado inestimável” deixado por Brandão e o fato de ele ter construído uma das culturas mais sólidas de um grupo corporativo no Brasil. “O banqueiro Lázaro Brandão foi um dos pilares na construção de uma organização contemporânea e à frente do seu tempo. Pensava em tecnologia e clientes muito antes”, disse em nota.

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O presidente do Itaú Unibanco, Candido Botelho Bracher, afirmou, também em comunicado, que “seu Brandão foi personagem-chave não apenas para a construção de um dos maiores bancos do mundo, mas também para o desenvolvimento da economia brasileira nas últimas décadas”.

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