A agência de classificação Moody’s Investors Service anunciou nesta terça-feira que prevê diminuir a nota da dívida de risco de vários bancos europeus.
Segundo a agência, o anúncio é reflexo do fato de que os governos da região estão menos suscetíveis a resgatar as instituições financeiras.
A Moody’s vai revisar para possível redução a nota da dívida subordinada, dívida subordinada júnior e ‘Tier 3’ de 87 bancos que operam em 15 países europeus, segundo um comunicado divulgado pela agência.
Em caso de falência, esta dívida será a última a ser reembolsada. Comprá-la é por definição um investimento de maior risco do que comprar uma dívida “sênior”, cujo reembolso é prioritário.
Segundo cada tipo de dívida, a Moody’s pode baixar a classificação de um a dois pontos, de acordo com o comunicado.
Sete bancos franceses estão na mira da agência. Os bancos espanhóis são os mais afetados (21 instituições), junto com os da Itália (17), Áustria (9) e Noruega (5).
A Europa espera uma nova estimativa das necessidades de recapitalização dos bancos europeus para esta quarta-feira, a ser apresentada pelos ministros das Finanças da União Europeia em Bruxelas, informou nesta terça-feira a Autoridade Bancária Europeia (EBA), encarregada de elaborar os dados.
No final de outubro, a EBA estimou que os bancos europeus necessitavam de 106 bilhões de euros para recapitalização, porém advertiu que iria revisar esta soma em função dos últimos dados sobre a exposição dos bancos europeus às dívidas soberanas na Eurozona.
A estimativa de outubro era inferior a da maioria dos analistas. O Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, previu a necessidade de 200 bilhões de euros.
Uma estimativa atualizada “será apresentada na próxima reunião do Ecofin (ministros das Finanças) para negociações adicionais e uma aprovação final”, explicou nesta terça-feira uma porta-voz da EBA.
Segundo esta fonte, a autoridade bancária poderá finalizar seus resultados e “aprovar uma data de publicação”.
Os novos dados serão publicados no início de dezembro. A EBA havia anunciado anteriormente que divulgaria os resultados ainda em novembro.
Ao término da cúpula de outubro, os dirigentes da União Europeia chegaram a um acordo sobre a proposta da EBA de exigir aos bancos um reforço de seus próprios fundos (“core Tier 1”). Este fundo deve chegar a 9% até o final de 2012.
Os bancos “vão ter que recorrer prioritariamente aos recursos de capital privado, mediante as reestruturações e a conversão da dívida em capital”, afirmou o acordo.