Merkel descarta perdão parcial da dívida da Grécia
Chanceler alemã atrela renegociação de prazo e juros ao cumprimento das exigências dos credores
A chanceler alemã, Angela Merkel, condicionou neste domingo a alteração do cronograma de pagamento das parcelas e a redução da taxa de juros da dívida da Grécia ao cumprimento das exigências do novo pacote de resgate concedido pelos credores. Segundo Merkel, somente depois que a primeira revisão do acordo for realizada – e desde que ela seja bem-sucedida – será possível discutir o alívio nas condições para a Grécia pagar a sua dívida. A reforma do sistema de pensões, o aumento de impostos, a venda de ativos do estado e a abertura da economia estiveram entre as principais exigências dos credores para que o governo grego pudesse receber novos empréstimos.
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Merkel, no entanto, descartou um perdão parcial da dívida, uma das principais reivindicações dos políticos gregos. Segundo a chanceler alemã, essa medida “não pode ocorrer em uma união monetária”, sinalizando que somente se o país saísse da zona do euro seria possível tratar da questão. O abatimento de parte do endividamento grego, que chegava a 320 bilhões de euros antes do novo pacote de resgate, é defendido pelo Fundo Monetário Internacional (o FMI), para quem a dívida atual é insustentável.
“Já foi dado um alívio à Grécia (em 2011). Tivemos uma redução da dívida por parte dos credores privados e então estendemos os prazos e reduzimos os juros”, disse Merkel em uma entrevista para a emissora pública alemã ARD. “Podemos falar sobre essas possibilidades de novo. Mas não agora, só depois da revisão do acordo.”
(Da redação, com agências de notícias)