Mercado revisa PIB para 1,84% e continua a reduzir projeção da inflação
Analistas consultados pelo Banco Central revisaram IPCA para 5,42%, taxa ainda acima do teto da meta; há um mês, projeção era de 6,03%
Pela quinta semana consecutiva, analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central elevaram as projeções do crescimento da economia brasileira neste ano. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 12, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,84% em 2023. A projeção há um mês era de 1,02%. Na onda das revisões com melhoras de estimativas, o mercado também revisou para baixo a estimativa do IPCA. Segundo o Focus, a inflação deve encerrar o ano em 5,42%, ainda acima do teto da meta, mas menor que os 5,69% da semana passada e os 6,03% de um mês atrás.
As revisões do PIB começaram a partir da confirmação de resultados mais fortes da atividade econômica nas pesquisas mensais do IBGE e ganharam força após a divulgação do PIB do primeiro tri, com avanço de 1,9% no período. Conforme mostra VEJA em reportagem nesta semana, o crescimento acelerado do agronegócio já dita o ritmo do PIB até o final do ano, mas há algumas outras variáveis — em especial a volta do investimento e a aprovação de reformas– que podem garantir o PIB na casa dos 2%.
A inflação, que também vem em uma sequência de quedas, reflete a desaceleração do índice divulgado mensalmente. Em maio, o IPCA ficou em 0,23%, com isso, a variação acumulada em doze meses alcançou 3,94%, abaixo do teto da meta, de 4,75%, e próxima do centro, em 3,5% para este ano. A projeção dos analistas do mercado é de estouro na meta porque o efeito da deflação vista no terceiro trimestre do ano passado, com a desoneração dos combustíveis feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), deve se dissipar. Para os preços administrados, a projeção do IPCA é de 9,32%.