Mercado revisa IPCA deste ano para baixo, mas projeta aceleração em 2024
Segundo o Boletim Focus desta semana, o IPCA do país deve fechar este ano dentro do teto da meta, em 4,59%; para o ano que vem, estimativa é de 3,92%
Analistas do mercado financeiro voltaram a revisar para baixo a projeção da inflação para este ano. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 13, os economistas projetam o IPCA, índice oficial de inflação do país, em 4,59% ao final deste ano., abaixo dos 4,63% da semana passada. Caso a previsão se confirme, o Brasil ficará dentro da meta inflacionária pela primeira vez em três anos. Para o ano que vem, os analistas revisaram a projeção ligeiramente para cima, de 3,91% para 3,92% nesta semana.
Para este ano, o centro da meta é de 3,25%, com limite estipulado em até 4,75%. Já no ano que vem, o centro é de 3%, enquanto a margem de tolerância vai até 4,5%.
Em outubro, o IPCA ficou em 0,24%, acumulando alta de 4,82% em 12 meses, ainda acima do teto da meta. Analistas, porém, destacam o perfil benigno da leitura: além da ligeira desaceleração em relação a setembro, os núcleos continuam bem controlados. O desafio de controlar a inflação, continua, tanto que para o ano que vem, a indicação é de alta.
De acordo com a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o processo desinflacionário tende a ser mais lento nesta etapa, e tem como pressões um cenário global desafiador, além de alertas sobre a política fiscal. Nas últimas semanas, o governo sinalizou que poderia mexer na meta de déficit zero, o que desagradou o próprio Ministério da Fazenda e agentes financeiros. Nesta semana, a Câmara dos Deputados vota o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias. No texto que foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento, houve manutenção da projeção de déficit fiscal zero para 2024.