Mercado financeiro reduz previsão do PIB pela quarta vez consecutiva
Expectativa de crescimento da economia recuou 0,01 ponto na última semana e 0,57% no ano, em meio a incertezas sobre a reforma da Previdência
Pela quarta semana consecutiva, analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central reduziram a previsão de crescimento da economia brasileira este ano. Segundo projeções compiladas pelo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 25, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019 deve ser de 2%.
A revisão é o resultado de uma semana marcada pela quebra da expectativa dos investidores sobre a aprovação da reforma da Previdência, graças a ruídos entre o presidente da República Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. O recuo nas previsões foi pequeno, de 0,01 ponto porcentual, mas consolida uma expectativa no mercado de crescimento mais lento da economia.
Neste ano, os economistas ouvidos pelo BC já chegaram a prever o PIB em 2,57%, na segunda semana do governo Jair Bolsonaro. No fim do ano passado, a expectativa para o crescimento da economia em 2019 era de 2,55%.
Os economistas também baixaram a previsão do PIB para 2020: de 2,80% para 2,78%.
O PIB é a soma de todos os produtos e serviços produzidos no Brasil em um ano e mede o valor da economia. Em 2018, o crescimento foi de 1,1%, mesmo patamar de 2017.
Inflação e juros
Os outros indicadores que compõem o Boletim Focus ficaram estáveis na semana de acordo com as projeções do mercado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) teve a previsão mantida em 3,89% e segue abaixo da meta de inflação estipulada pelo governo mas dentro da margem de segurança.
Para este ano, a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 4,25%. O intervalo de tolerância é entre 2,75% e 5,75%, 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A Selic, taxa básica de juros da economia, foi mantida em 6,5% para o final deste ano, menor patamar da história. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve pela oitava vez consecutiva a taxa em 6,5%.
O dólar comercial também ficou estável e deve terminar o ano vendido a 3,70 reais.