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Mercado financeiro projeta ano de recordes para a bolsa brasileira

Análises indicam que o Ibovespa deve passar 120 mil pontos em 2021, podendo até chegar em 130 mil; lentidão em vacinas e reformas trazem cautela

Por Luisa Purchio Atualizado em 4 jan 2021, 22h09 - Publicado em 4 jan 2021, 14h23

Depois de um ano de profundos baques na economia e uma lenta recuperação, o mercado inicia 2021 com projeções otimistas para a bolsa brasileira. Os juros baixos, planos de vacinação da população e as políticas monetárias expansionistas globais geram expectativas positivas de que os investidores estarão bastante dispostos a comprar ativos de risco em 2021. No outro lado da moeda, no entanto, ainda pesam as dúvidas sobre o plano de imunização brasileiro  e o risco fiscal do país. Economistas calcularam que 2020 encerrou com um déficit primário de 800 bilhões, ou 11% do PIB, reafirmando a necessidade de se avançar na agenda de reformas para diminuir o risco fiscal do país e, assim, atrair mais investimentos. Mesmo entre tantos prós e contras, há quem enxergue que o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, possa encerrar o ano acima dos 130 mil pontos, batendo recordes no mercado financeiro.

Na semana passada, o Ibovespa oscilou acima dos 120 mil pontos, mas não conseguiu fechar acima do patamar e encerrou em 119.600 pontos, marcando o final de 2020 e o início de 2021 com esperança de alta, mas também dúvidas sobre a capacidade de recuperação. “O desafio em superar essa barreira continua. É importante o índice fechar acima dos 120 mil pontos para abrir caminho, mesmo após fortes altas dos últimos meses, e seguir em direção ao próximo objetivo de médio prazo em 132.000 pontos”, diz o Itaú BBA em relatório divulgado nessa segunda-feira 4. Para o banco de investimentos, esse é um momento crucial para a bolsa brasileira, pois “caso não consiga ultrapassar essa região, poderá iniciar um movimento de realização de lucros um pouco mais intensa”. Por volta das 14h20 desta segunda-feira, o Ibovespa operava em queda de -0,74%, aos 118.133 pontos.

O banco Safra, por sua vez, possui projeções mais otimistas e estima que no final de 2021 o Ibovespa alcançará 131 mil pontos. Já a XP Investimentos calcula que a bolsa estará em 130 mil pontos no final de 2021, com retorno de 14% em relação aos níveis atuais. O otimismo deve-se à comparação com a crise de 2008, quando a agilidade na resposta dos bancos centrais proporcionou uma recuperação rápida da economia. “A retomada é, sim, plenamente possível, afinal, permanecem o ambiente de juros baixos, a inflação ancorada, a pressão do mercado por novas reformas e prudência no âmbito fiscal, além da campanha de vacinação contra o coronavírus, que promete ser o alento que todos esperavam e que, certamente, animará os mercados”, disse em relatório.

Já a Órama Investimentos é mais conservadora em sua projeção e estima que no final do ano o Ibovespa encerrará, na previsão mais otimista, em 125 mil pontos. Para a corretora o contexto global da vacinação está caminhando na direção esperada, mas a politização da vacina e a eficácia da vacinação no Brasil são fatores de risco que podem frear os investimentos. Além disso, a lentidão na pauta de reformas do governo é um entrave para crescimentos mais robustos do mercado.

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“O teto vai ser mantido, as reformas vão continuar, mas não na velocidade nem na abrangência que gostaríamos nesse momento”, diz Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama. Para a projeção da média para o final do ano, a Órama levou em consideração a relação entre Preço e Lucro  atual e histórico da bolsa e a projeção de crescimento dos lucros das empresas, MAs as projeções são revistas a cada 15 dias tendo em vista a volatilidade atual da economia. “Nesse cenário de muita incerteza há muita distorção de preço de ativos. Em 2020 o Ibovespa fechou em 3%, mas algumas ações subiram mais de 100% e outras caíram quase 35%. Isso significa que haverá oportunidades na bolsa, mas sugere cautela porque haverá riscos”, diz ela.

Lucrar com a bolsa neste novo ano que se inicia em meio à fumaça deixada por 2020 dependerá da recuperação da economia e das decisões assertivas em Brasília, mas também do olhar aguçado do investidor capaz de identificar os ativos com maior potencial de valor e de crescimento no ano.

 

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