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Marcas brasileiras exportam menos, mas valor do produto nacional sobe

Na abertura do Fashion Rio, dados da indústria da moda mostram que a crise mundial reduziu vendas no mercado externo, mas produto exportado ganhou em qualidade

Por Aline Erthal, do Rio de Janeiro
22 Maio 2012, 17h05

A moda brasileira está exportando menos; porém, nunca o produto nacional foi tão valorizado no mercado externo. O balanço sobre a situação do vestuário brasileiro lá fora foi apresentado na manhã desta terçaf-eria, durante a apresentação do Fashion Rio, que desfila as coleções de primavera/verão de hoje até sábado, no Jockey Club Brasileiro, na Gávea. De janeiro a abril deste ano, as exportações da moda brasileira caíram 44% em relação ao mesmo período de 2007, passando de 91,6 milhões de dólares para 50,8 milhões. Em contrapartida, o preço médio do produto exportado cresceu – e muito: de 28,76 dólares/kg para 51,49 dólares/kg.

A crise mundial e a consequente redução do poder de compra nos países consumidores é apontada como a maior causa para a queda nas exportações. “Grécia, Espanha e Holanda, por exemplo, eram alguns dos principais destinos da nossa moda em 2007. Hoje, a relação de países que compram nossos produtos se diversificou: vendemos muito para as Américas do Norte e Sul, Europa, Ásia, Oriente Médio”, lista Claudia Santos, analista de comércio exterior da Firjan, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.

Para Paulo Borges, diretor do Fashion Rio e do São Paulo Fashion Week, a ampliação do mercado consumdior e a alta do valor agregado do produto são ótimos sinais: “Isso indica que estamos no caminho certo, conseguindo exportar melhor nosso produto. Hoje, a moda brasileira está se desenvolvendo de forma mais contemporânea, inovadora, menos caricata. Nossos estilistas trabalham com cores, estampas e temas autorais. O mercado estrangeiro reconhece e valoriza isso”, analisa.

O valor do produto de moda é proporcional ao grau de maturidade de sua indústria – não tanto em termos de volume produzido, mas de design e qualidade de matéria prima, confecção e acabamento. O preço médio no Japão, por exemplo, é 247 dólares/kg; na Itália: 183 dólares/kg; em Portugal, 113 dólares/kg; e, nos EUA, 109 dólares/kg. “É significativo que países que são referência mundial em moda e design estejam entre os maiores consumidores da nossa moda”, ressalta Cláudia.

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Estados – Enquanto São Paulo e Santa Catarina, que lideram o ranking de maiores exportadores junto com o Rio de Janeiro, tiveram quedas de 55% e 53%, respectivamente, as exportações da moda fluminense cresceram 3,1% na compração entre os primeiros quadrimestres de 2007 a de 2012. A participação do Estado no total de exportações brasileiras também cresceu: de 10,4% para 19,2%.

O vestuário feminino é o que mais exporta no Estado: 34% do total de vendas para o mercado externo. Roupas femininas ultrapassaram a fatia que corresponde exclusivamente à moda praia, que em 2007 representava 46% e, hoje, fica nos 23%. Não significa que nossos biquínis estejam perdendo o prestígio, observa Cláudia. “Pelo contrário: o preço médio há cinco anos era de 103 dólares/kg, e agora é de 140 dólares/kg”, compara a analista de comércio exterior da Firjan.

Rio+20 – Com o tema Botânica, o Fashion Rio levará as tendências da primavera/verão ao Jockey Club até o dia 26. Vinte e nove grifes subirão às passarelas montadas nos salões da Gávea. “Aproveitamos o gancho da conferência Rio + 20 para pensar a fusão das pessoas com o meio ambiente e a necessidade de zelar por ele. Desde o descobrimento do Brasil, temos registros de impressões de quem aportava em nossas baías. São relatos emocionados, mas que também já manifestavam preocupação com a preservação dessas belezas. Nós reproduzimos algumas dessas frases no cenário do evento. A moda passa pela sustentabilidade”, diz Paulo Borges.

O evento abriga, além dos desfiles, uma exposição de fotografias de Rogerio Cavalcanti e Mari Stockler, com imagens da natureza. Duas grifes estreiam nesta temporada: Sacada e Oh Boy, enquanto Walter Rodrigues, Acquastudio e Giulia Borges pulam esta edição. Cia. Marítima e Poko Pano, que desfilavam no São Paulo Fashion Week, passam a integrar a semana de moda carioca. “Vamos mostrar uma moda praia muito mais consistente, com mais grifes que trazem no DNA o diferencial da moda brasileira: criatividade, diversidade e nosso lifestyle”, conclui Borges.

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