Rio de Janeiro, 26 out (EFE).- A Vale reduziu seu lucro em 18,3% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado para US$ 4,94 bilhões devido à valorização do real, informou nesta quarta-feira a empresa.
O resultado também representou uma queda de 23,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior, embora o acumulado do ano continue favorável, com uma expansão de 60,5% nestes nove meses, com US$ 18,213 bilhões, segundo um comunicado.
A valorização do real em relação ao dólar causou um impacto negativo de US$ 2,191 bilhões nas contas da empresa no terceiro trimestre.
O faturamento marcou um recorde, US$ 16,741 bilhões, ao aumentar em 15,5% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o que refletiu nas marcas históricas na venda de mineral e massas comprimidas e arredondadas de ferro, principais produtos extraídos pela Vale, além de outros produtos como carvão metalúrgico e térmico.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 9,3% no trimestre até o valor recorde de US$ 9,631 bilhões.
O investimento no trimestre subiu para US$ 4,5 bilhões, dos quais US$ 3,5 bilhões foram destinados a projetos de pesquisa e desenvolvimento.
A Vale destacou em comunicado que conta com um efetivo de US$ 7,565 bilhões, o que lhe proporciona um balanço ‘extremamente saudável’.
A companhia demonstrou otimismo em relação à recuperação global e pela demanda da China, seu principal cliente, que aumentou em 11,1% seus pedidos de minério de ferro até setembro.
Sobre a recente queda do preço do ferro, a Vale a atribuiu a fatores de temporada no aumento da oferta no Brasil, Austrália e Índia.
Também explicou que a China mudou sua política creditícia sobre os grandes vendedores do mercado, aos quais não permite usar suas reservas como garantia de crédito bancário, o que contribuiu para descer os preços.
‘Com a queda recente, o preço do minério de ferro está alcançando níveis muito próximos aos custos de produtores marginais, começando a incentivar ajustes na produção’, opinou a empresa.
No entanto, a Vale prevê que os preços vão permanecer ‘elevados por um longo período de tempo’ pela pujança dos países emergentes e pelas restrições ao crescimento da oferta. EFE