Juro do rotativo do cartão de crédito beira os 450%, o maior em seis anos
Crédito é o mais caro do país; taxas médias de operações para pessoas físicas e empresas subiram para 45,1% a maior desde agosto de 2017
As taxas de juros ao consumidor continuam subindo e pressionando o planejamento das famílias. A taxa média cobrada pelos bancos para o crédito rotativo do cartão de crédito disparou e chegou ao maior patamar desde março de 2017 (490%). Segundo dados divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Banco Central, os juros do rotativo do cartão chegaram a 447,5% em abril contra 433,3% no mês passado.
A taxa média de juros cobrada pelos bancos em todas as operações com pessoas físicas e empresas subiu de 44,5% para 45,1%, de março para abril desse ano, maior desde agosto de 2017.
A linha de crédito do rotativo, que é oferecida ao cliente que não faz o pagamento total da fatura até o vencimento, é a mais cara do país e deve ser evitada para fugir do endividamento. O uso do cartão de crédito é massivo no país, por isso, as altas taxas podem pressionar ainda mais a inadimplência no país, que atinge 70 milhões de pessoas.
Segundo um levantamento divulgado pelo BC na última semana, em junho de 2022, a quantidade de cartões de crédito somava 190,8 milhões, representando, naquele momento, “quase o dobro da população economicamente ativa no Brasil (107,4 milhões)”. Na ocasião 84,7 milhões de clientes de cartões de crédito no Brasil possuíam saldo devedor, 30,9% maior do que o apurado em junho de 2019, que era de 64,7 milhões. Destes, entre 17% e 20%, independentemente do número de vínculos dos usuários, permaneciam, em julho do ano passado, com uso do rotativo e do rotativo não migrado e estavam pagando juros.
Queda no volume de crédito
O volume total do crédito bancário no mercado, recuou 0,1% em abril, ficando em 5,4 trilhões de reais – mesmo patamar de março. No mês passado, houve um queda de 0,6% nos empréstimos para as empresas e aumento de 0,2% nas operações de crédito para as pessoas físicas.
Para as pessoas físicas, o BC informou que destacaram-se os aumentos nas operações do crédito pessoal não consignado (+1,8%), crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público (+0,6%) e crédito pessoal consignado para aposentados e pensionistas do INSS (+0,9%), basicamente. Em sentido oposto, observou-se redução na carteira de cartão de crédito à vista (-1,5%).