JBS assina termo de adesão ao acordo de leniência da J&F
O acordo firmado entre a J&F e o MPF prevê o pagamento de uma multa de 10,3 bilhões de reais ao longo de 25 anos
A JBS informou nesta quarta-feira que assinou termo de adesão ao acordo de leniência fechado no dia 5 de junho deste ano entre a sua controladora, a J&F Investimentos, e o Ministério Público Federal.
Em nota, a JBS afirma que “é o entendimento da administração que referida adesão está sendo realizada no melhor interesse da companhia, resguardando-a dos impactos financeiros do acordo de leniência, que serão integralmente assumidos pela J&F”. A nota é assinada por Jeremiah O’Callaghan, diretor de relações com investidores.
O acordo firmado entre a J&F, que reúne os negócios da família de Joesley Batista, e o MPF prevê o pagamento de uma multa de 10,3 bilhões de reais ao longo de 25 anos. O montante representa, segundo o Ministério Público Federal, o maior para esse tipo de acordo no mundo. Considerando a correção, a projeção é que o total a ser pago pela J&F, o chamado valor futuro, alcance cerca de R$ 20 bilhões.
Em nota, a JBS informa que “reforça seu compromisso com a integridade e com o fortalecimento dos seus esforços nas áreas de compliance e integridade corporativa, bem como com a criação de valor a seus acionistas”.
A adesão ao acordo de leniência acontece apenas dois dias depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dizer que o acordo de delação premiada firmado pelo Ministério Público Federal com a JBS pode ser anulado caso sejam comprovadas irregularidades por parte dos executivos do grupo empresarial, como omissões no processo de colaboração.
“O MPF atuou na mais absoluta boa-fé para a celebração deste acordo. Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo de colaboração premiada será rescindido”, afirmou.