Japão critica EUA por propor de taxação de empresas de tecnologia no G20
O país não gostou do plano de regras globais para fazer as empresas digitais pagarem impostos onde fazem negócios, e não onde registram subsidiárias
O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, criticou neste domingo uma proposta de reforma tributária dos EUA que, segundo ele, pode prejudicar os esforços globais para chegar a novas regras sobre tributação de grandes empresas de tecnologia.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) está desenvolvendo regras para fazer as empresas digitais pagarem impostos onde fazem negócios, e não onde registram subsidiárias – um movimento amplamente endossado pelos líderes financeiros do grupo das 20 principais economias (G20) neste domingo.
No entanto, os esforços da OCDE foram paralisados no final do ano passado pelas mudanças de última hora exigidas por Washington, incluindo um regime de “porto seguro” que, segundo os críticos, permitiria que as multinacionais optassem por cumprir o novo conjunto de regras ou seguir as regulamentações existentes.
“Eu disse aos meus colegas que o Japão está muito preocupado com essa proposta de ‘porto seguro'”, disse Aso a repórteres depois de participar da reunião do G20.
“Isso diminuiria de forma extrema o efeito regulatório do que estamos tentando fazer. Essa é uma visão expressa por vários países”, disse ele, juntando-se a um coro de críticas vindas da França e de outras nações sobre a proposta dos EUA.
Muitas autoridades do G20 veem os Estados Unidos como relutantes em lidar com uma questão política potencialmente complicada antes das eleições presidenciais que acontecem no fim deste ano. É raro o Japão criticar abertamente os Estados Unidos na política econômica, dados os estreitos laços dos dois países na área da defesa.