Itapemirim começa a vender passagens aéreas e fará voo inaugural em junho
Nova aérea brasileira recebeu permissão da Anac; até 2022, companhia deve atender 35 destinos no país
A Itapemirim Transportes Aéreos, ou ITA, deu um novo passo em direção ao início das operações no Brasil. Nesta sexta-feira, 21, a nova companhia aérea brasileira começou a comercializar os bilhetes em seu site oficial e por meio de uma rede de 2 mil agências de viagens após receber autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar. Neste primeiro momento, a ITA vende tarifas especiais de lançamento a partir de 119 reais, incluindo feriados e datas especiais, como Ano Novo e Carnaval. Até 2022, a companhia pretende atender 35 destinos. O voo inaugural acontecerá no dia 29 de junho, entre os aeroportos de Guarulhos e Brasília.
A ITA já conta com 500 funcionários e pretende contratar mais 2,5 mil até 2022. Os investimentos são um afago diante de um dos piores momentos econômicos na história do setor aéreo. A frota da companhia será composta por 40 aeronaves Airbus A320, com capacidade para transportar 162 passageiros, e outros 10 aviões A319, que podem transportar até 144 passageiros. Inicialmente, a ITA deve operar com 10 aviões A320 no mês de junho, e o restante será integrado à operação até 2022. Uma novidade em relação às concorrentes é o despacho gratuito da primeira bagagem de até 23 quilos.
O grupo, que ainda está em recuperação judicial, gastou quase 30 milhões de reais entre setembro de 2020 e março de 2021, principalmente com a criação da nova companhia aérea. Importante ressaltar que 500 milhões de dólares (2,6 bilhões de reais) virão de dois fundos do Qatar, como informou o Radar Ecônomico. Os nomes dos fundos ainda não foram revelados porque estão sob acordo de confidencialidade. Todavia, pode-se afirmar que o aporte é uma espécie de financiamento, a ser pago quando a ITA fizer seu IPO — o que só deve acontecer depois de 2023.
Por outro lado, é possível dizer a malha aérea brasileira ainda não decolou em 2021. Embora o mês de janeiro tenha atingido o pico de 1.798 decolagens diárias, a partir de fevereiro a operação começou a desandar, quando a média diária caiu para 1.469. Em março, houve um novo recuo para 1.177 decolagens e, por fim, em abril, a média foi de 858 partidas diárias, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Atualmente, a malha aérea doméstica equivale a 35,7% da oferta de voos no início de março de 2020, antes das medidas de isolamento social e de fechamento de fronteiras. Em meio a tantas incertezas, nasce uma nova companhia aérea no Brasil.