IPCA-15 sobe 0,25% em março e tem alta de 5,61% em 12 meses
Segundo o IBGE, a desaceleração deve-se à 'forte redução dos efeitos da alta sazonal do grupo educação'
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da inflação oficial- subiu 0,25% em março, mostrando uma forte desaceleração ante à alta de 0,53% registrada em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam ganho de 0,38% em março, segundo a média das previsões de 17 analistas, cujas estimativas variaram entre alta de 0,32% e de 0,43%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 5,61%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 5,98%. Em março do ano passado, o indicador havia registrado alta de 0,60%.
De acordo com o IBGE, a desaceleração da alta do IPCA-15 deve-se à “forte redução dos efeitos da alta sazonal do grupo educação”, que ficou concentrada em fevereiro, com alta de 5,66%. Em março, reduziu a 0,51%. Com isto, ainda segundo o instituto, a alta de preços no segmento de produtos não alimentícios passou de 0,60% em fevereiro para 0,26% em março.
O grupo Alimentação e bebidas também mostrou desaceleração nas altas, passando de 0,29% em fevereiro para 0,22% neste mês. O grupo Despesas pessoais foi o que mais mostrou alta em março, com 0,60%, enquanto na ponta oposta veio o grupo Comunicação, com deflação de 0,49%.
O Banco Central (BC) vem afirmando que a inflação no Brasil está convergindo para o centro da meta de 4,5% pelo IPCA, para justificar a redução da Selic, de 12,5% em agosto para 9,75% atualmente, com a intenção de estimular a economia. O governo quer garantir uma expansão econômica na casa dos 4% neste ano, após os 2,7% vistos em 2011.
Além disso, O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deixou claro que pretende levar a taxa básica de juros para patamares “ligeiramente acima dos mínimos históricos” e estabilizá-la neste nível. O piso já alcançado é de 8,75% ao ano, que vigorou entre julho de 2009 a abril de 2010.
No relatório Focus desta semana, o mercado financeiro acompanhou essa percepção e elevou para 0,75 ponto percentual sua estimativa de corte na taxa básica de juros na próxima reunião do Copom, em 18 de abril. Além disso, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi estimado em 3,30% neste ano e em 4,20% no ano que vem.
Em fevereiro, o IPCA subiu 0,45%, após alta de 0,56% em janeiro, o menor patamar em cinco ano para o período, mostrando que a inflação havia perdido força.
(Com agência Reuters)