Inflação na OCDE recua em janeiro para menor índice em dois anos
Contudo, países desenvolvidos apresentaram taxas ainda altas. No Brasil, inflação saltou de 5,8% em dezembro para 6,2% em janeiro
A taxa anual de inflação das economias desenvolvidas recuou em janeiro para o menor nível em mais de dois anos, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nessas economias, a notícia abre espaço para os bancos centrais fazerem um relaxamento monetário para estimular o crescimento econômico. Fora da OCDE, no entanto, os preços subiram em várias economias em desenvolvimento, como o Brasil.
A OCDE informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de seus 34 países membros subiu 1,7% em janeiro ante igual mês do ano passado, após avançar a um ritmo anual de 1,9% em dezembro. O resultado de janeiro é o mais baixo desde novembro de 2010.
No Brasil, a taxa anual de inflação saltou para 6,2% em janeiro, de 5,8% em dezembro. Com a taxa o alerta vermelho começa a acender no Brasil porque o índice de preços se aproxima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), de 6,5%.
Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do Brasil, registrou aceleração de 0,86%, alta de 0,07 ponto porcentual ante dezembro (0,79%), de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta mensal desde abril de 2005, quando o indicador acelerou 0,87%. O índice de janeiro é também o maior para o mês desde 2003, quando a taxa de inflação ficou em 2,25%.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado prévia do indicador oficial de inflação, registrou alta de 0,68% em fevereiro, também segundo o IBGE. O resultado representa uma desaceleração dos preços em relação a janeiro, quando o indicador ficou em 0,88%.
Com isso, o mercado estima que, em breve, o BC pode elevar a taxa básica de juros (Selic), hoje em recorde mínimo de 7,25% ao ano, para conter os avanços de preços. Nesta terça e quarta-feiras o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir os rumos da Selic. Poucos economistas acreditam que possa haver alguma mudança agora, mas somente a partir de abril.
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Ainda sobre emergentes, a OCDE relatou que a inflação na Rússia avançou de 6,6% para 7,1% e, na Índia, de 11,2% para 11,6%. Já na China, houve declínio da inflação, de 2,5% em dezembro para 2% em janeiro.
A taxa relativamente baixa nas principais economias deve dar às autoridades monetárias locais mais espaço para reduzir taxas de juros básicas ou adotar outras formas de estímulo para reverter a desaceleração global. A maioria dos grandes bancos centrais tem uma metal anual de inflação em torno de 2%.
Excluídos itens voláteis como alimentos e energia, o núcleo do CPI da OCDE teve alta anual de 1,5% em janeiro, repetindo o resultado do mês anterior. Entre membros da OCDE, a taxa mais alta de inflação em janeiro foi a da Turquia, onde os preços subiram 67,3% para o consumidor. Já na Suíça e no Japão, os preços caíram 0,3% em relação a janeiro do ano passado.
(com Estadão Conteúdo)