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Inflação desacelera em abril, mas acumula alta de 6,76% em doze meses

Com deflação em itens como gasolina e etanol, índice veio menor que em março, mas alimentos voltaram a subir e medicamentos também ficaram mais caros

Por Larissa Quintino Atualizado em 11 Maio 2021, 17h35 - Publicado em 11 Maio 2021, 09h40

Vilões dos últimos meses, devido ao valor do petróleo e ao câmbio desfavorável, os combustíveis cederam em abril, desacelerando a inflação do mês. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira, 11, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,31%, abaixo dos 0,93% registrados em março. No mês, apesar da gasolina e do etanol mais baixos, medicamentos e alimentos ficaram mais caros, o que gera impacto no bolso do consumidor.

No ano, a inflação acumula alta de 2,37%, e nos últimos doze meses, de 6,76%. O centro da meta inflacionária para 2021 é de 3,75%, com tolerância até 5,25%. O Banco Central estima que o IPCA encerre o ano na casa dos 5,1%, próximo do teto da meta. “Há também o efeito das duas deflações que tivemos no ano passado, em abril e maio. Quando olhamos para os doze meses, estamos tirando uma deflação de 2020 e adicionando uma variação positiva agora”, explica Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.

Além do aumento dos alimentos, há uma preocupação com a energia elétrica, que pode pesar no indicador nos próximos meses. Em maio, a bandeira tarifária de cobrança é a vermelha. Além disso, a falta de chuvas preocupa e pode ter mais impacto nos preços. “Estamos vivendo a maior crise hidrológica da história. Eletricidade. Vai ter dor de cabeça. Um choque, né? Maior crise que temos notícia. Demos mais um azar”, disse na segunda-feira o presidente Jair Bolsonaro.

Resultado de abril

Na medição da inflação de abril, o grupo dos transportes apresentou deflação de 0,08%, influenciado, principalmente, pela queda nos preços dos combustíveis. Após dez meses consecutivos de alta, a gasolina recuou 0,44% em abril. Mas a queda mais intensa no grupo veio do etanol (-4,93%). Enquanto isso, os produtos farmacêuticos tiveram alta de 2,69%, com o reajuste anual autorizado pelo governo. Assim, o grupo de saúde contribuiu com o maior peso na inflação do mês.

Grandes vilões da alta da inflação no ano passado, os alimentos voltaram a subir. Segundo o IBGE, em abril, as carnes (1,01%), o leite longa vida (2,40%), o frango em pedaços (1,95%) e o tomate (5,46%) tornaram a alimentação no domicílio 0,47% mais cara do que no mês anterior.

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Segundo Kislanov, as carnes, que acumularam uma alta de 35,05%, nos últimos 12 meses, tiveram seus preços aumentados em abril devido, principalmente, à inflação de custos por causa da ração animal. “Estamos em um momento em que há uma grande alta no preço das commodities. Nesse caso, principalmente a soja e o milho estão impactando os custos do produtor e isso acaba influenciando o preço final do produto no mercado”, pontua o gerente da pesquisa.

Vale ressaltar que a alta da inflação nos meses anteriores também refletia pelo aumento de preço de commodity, especificamente o petróleo. Com o real desvalorizado em relação ao dólar, os produtos que são cotados na moeda americana ficam mais caros, e influenciam na alta do preço ao consumidor.

O IPCA se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos (44.000 reais mensais) e é medido por uma cesta de consumo, atualizada a cada cinco ou dez anos. A última, atualizada em 2020, traz peso maior nos transportes, seguido pela alimentação. Assim, a inflação pode ter peso diferente no orçamento das famílias brasileiras e nem sempre a  pressão dos preços medida pelo indicador e sentida pelo consumidor tem a mesma proporção.

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