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Inflação acelera em março e acumula alta de 6,10% em 12 meses

Com efeito da alta do gás de cozinha e combustíveis, IPCA fica em 0,93% em março; acumulado dos últimos 12 meses ultrapassa o teto da meta da inflação

Por Larissa Quintino Atualizado em 10 abr 2021, 00h59 - Publicado em 9 abr 2021, 09h30

Desde meados do ano passado, preços em alta têm feito parte da rotina do brasileiro. Apesar de uma pequena desaceleração em janeiro, o IPCA, índice oficial de inflação voltou a subir em fevereiro e acelerou ainda mais em março. Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 9, a inflação para o mês fechou em 0,93%, a taxa mais alta para o mês desde 2015. Em fevereiro, o IPCA ficou em 0,86%. Os reajustes nos combustíveis e no gás de cozinha nos primeiros meses do ano se refletiram em impacto ao consumidor e, consequentemente, na aceleração do indicador. 

“Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas. A gasolina nos postos teve alta de 11,26%, o etanol, de 12,59% e o óleo diesel, de 9,05%. O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, acumulando alta de 10,46%, e agora o consumidor percebe esse aumento”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Segundo o IBGE, o índice acumula variação de 2,05% no ano e de 6,10% nos últimos 12 meses. A meta para inflação neste ano é de 3,75%, com margem de tolerância em 5,25%. O Banco Central, entretanto, acredita em um pico inflacionária de 8% em meados deste ano, com desaceleração para que o indicador feche em 4,4% até o fim do ano. A pressão dos preços, no entanto, preocupa. Tanto que foi o que motivou a alta de 0,75 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros, no mês passado. Atualmente, a Selic está em 2,75% no ano. 

A pressão inflacionária mudou de vilão frente a 2020. Se, no ano passado, ela ficou muito em alimentos, que aceleraram pela alta da demanda e mudança no padrão de consumo, a tendência atual é oposta. Segundo o IBGE, o preço continua subindo, mas menos a cada mês. Em março, o índice cresceu 0,13%. As variações anteriores foram de 1,74% em dezembro, 1,02% em janeiro e 0,27% em fevereiro.

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“Os alimentos tiveram alta de 14,09% em 2020, mas, desde dezembro, apresentam uma tendência de desaceleração. Alguns fatores contribuem para isso, como uma maior estabilidade do câmbio e a redução na demanda por conta da suspensão do auxílio emergencial nos primeiros meses do ano”, comenta Kislanov.

Para quem só está comendo em casa, os preços caíram de fato: a alimentação no domicílio teve queda de 0,17%, enquanto a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,89%. Recuos nos preços do tomate (-14,12%), da batata-inglesa (-8,81%), do arroz (-2,13%) e do leite longa vida (-2,27%) baratearam as refeições em casa. Mas as carnes (0,85%) seguem em alta, embora a variação tenha sido inferior à de fevereiro (1,72%).

Sinal positivo

O IGP-M, calculado pela FGV e utilizado para reajuste de contratos de aluguel, também foi divulgado nesta sexta-feira. Na primeira prévia de abril, houve desaceleração. O indicador ficou em 0,50%. Na leitura realizada no mesmo período de março, o índice havia registrado taxa de 1,95%.

“Estabilidade nos preços de commodities agrícolas e minerais favoreceu a desaceleração do IPA. Nesta primeira prévia de abril todos os estágios de processamento do índice ao produtor registraram desaceleração, com destaque para Bens Intermediários (5,32% para 1,59%), cuja taxa recuou 3,73 pontos percentuais. A variação de Matérias-Primas Brutas (0,46% para -0,91%) registrou queda, movimento raramente observado nos últimos meses”, afirmou André Braz, coordenador dos índices de preços.

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