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Indústria argentina cobra conselho empresarial no Brasil

Por Da Redação
21 nov 2011, 17h50

Por Marina Guimarães, correspondente

Buenos Aires – O presidente da União Industrial da Argentina, Ignácio de Mendiguren, cobrou do governo brasileiro a instalação do conselho empresarial Brasil-Argentina para discutir problemas do comércio bilateral. “É urgente que o Brasil termine de constituir esse conselho para que possamos nos reunir porque, no nível de grandes empresas do setor privado, vamos encontrar soluções de curto prazo. Vamos ajudar os governos a resolver os problemas”, disse De Mendiguren à Agência Estado. Segundo ele, se for comparado o fluxo de comércio total entre os dois países, o montante comprometido pelas licenças não automáticas e outras barreiras “é insignificante”.

“Eu creio que o que deve prevalecer é um maior entendimento estratégico diante da crise internacional. E, a partir daí, (vamos) resolver mais facilmente os problemas”, disse Mendiguren. O conselho empresarial bilateral foi criado em janeiro deste ano pelas presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, durante reunião em Buenos Aires. “A Argentina já formou seu conselho, mas o Brasil ainda está pendente, da nomeação dos integrantes por parte da presidente Dilma”, afirmou o empresário, que abriu hoje o primeiro dia da conferência anual da UIA.

Com um clima mais ‘amigável’ para o governo, diferentemente de encontros dos últimos anos, a 17ª conferência anual da UIA é realizada sem a presença de analistas que projetam indicadores econômicos diferentes dos oficiais. O encontro também não atraiu muitos representantes do empresariado brasileiro. Apenas um representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI) participará de um dos painéis amanhã (22). O encontro é uma demonstração que a vitória de Cristina Kirchner, com 54% dos votos, provocou um alinhamento dos empresários argentinos.

Na abertura, no entanto, o presidente do encontro e titular da Peugeot-Citroen, Luis Ureta Saenz Peña, fez um alerta: “Há correções para fazer tanto na gestão pública quanto na privada”, disse. Saenz Peña afirmou que hoje o país está no caminho correto, com um crescimento médio de 8% anual, mas alertou que “há tensões que derivam em alta de custos industriais”, em referência aos conflitos sindicais com reivindicações salariais, para compensar a ausência de uma política de controle contra a inflação.

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O executivo aproveitou o lema do encontro, “o pêndulo ou a hora do desenvolvimento”, para recordar que a Argentina “teve boas oportunidades em outros momentos, mas as deixou escapar”. Agora, continuou, “como não queremos que isso volte a ocorrer(…) estamos propondo um “plano estratégico coordenado para resolver os problemas nacionais”. Saenz Peña afirmou que o país precisa ter visão estratégica, com políticas de médio e longo prazo para se desenvolver. Neste sentido, o executivo afirmou que “a nação tem pressa” em obter “definições políticas” para o novo mandato de Cristina Kirchner, que começa no dia 10 de dezembro.

A presidente ainda não esboçou nenhum sinal sobre a formação do novo gabinete, especialmente no que diz respeito à equipe econômica. Eleito vice-presidente, o ministro de Economia, Amado Boudou, é um dos que deixa o cargo no próximo dia 10. Porém, o nome de seu sucessor ainda é um mistério. Para os executivos, o anúncio antecipado de quem será o novo ministro daria um sinal positivo para aliviar a tensão sobre o rumo da economia, que vem sofrendo pressões no mercado de câmbio.

Embora o governo já tenha anunciado medidas que apontam para o equilíbrio das contas fiscais, como o corte de subsídios, há muitas incertezas sobre as política monetária e para controle da inflação. Também é uma incógnita a permanência da presidente do Banco Central, Mercedes Marcó Del Pont, desgastado por medidas de controle do câmbio, que aprofundaram a procura pelo dólar.

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