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Imposto sobre depósitos causa indignação no Chipre

Clientes fizeram filas em caixas eletrônicos e cooperativas para sacar dinheiro após anúncio de acordo com o Eurogrupo e o FMI

Por Da Redação
16 mar 2013, 14h21

Os cipriotas receberam com incredulidade e fúria a notícia sobre a decisão tomada pelos ministros de Economia e Finanças da zona do euro de aplicar impostos a todos os depósitos privados da ilha em troca de um resgate financeiro de 10 bilhões de euros. O acordo foi selado na madrugada deste sábado, após longa e tensa rodada de negociações com participação do Fundo Monetário Internacional (FMI), e prevê que até 9,9% dos depósitos serão retidos para pagar um novo imposto. A retenção automática e compulsória do dinheiro é parte da contrapartida oferecida pelo governo cipriota para receber o pacote internacional de resgate financeiro ao país, cuja economia foi diretamente afetada pela crise na Grécia. Pelo acordo, foi criada uma taxa extraordinária de 9,9% sobre os depósitos de mais de 100.000 euros e de 6,7% para os valores menores. Além disso, os valores ficarão congelados nas contas. A expectativa de arrecadação é de 5,8 bilhões de euros.

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A notícia circulou entre a população desde o começo da manhã. Segundo a versão eletrônica do jornal Cyprus Mail, clientes imediatamente começaram a formar filas nos caixas eletrônicos das principais cidades da ilha. Os sistemas, no entanto, permitem o saque máximo de 1.000 euros. “Estou extremamente irritado. Trabalhei anos para juntar meu dinheiro e agora estou perdendo minhas economias para, assim dizer, os alemães”, disse Andy Georgiou, que contou ter vivido e trabalhado muitos anos no Reino Unido e voltou para a ilha em meados do ano passado com todas suas economias após se aposentar. Outro cliente na fila do caixa eletrônico comparou a medida às ações da máfia. “Falam que a Sicília é a terra da máfia. Mas não é a Sicília, é o Chipre. Isso é um roubo. Puro e simples roubo”, disse um aposentado. Outra das contrapartidas oferecidas pelo Chipre no acordo é o aumento do combate à lavagem de dinheiro no sistema bancário local – os bancos cipriotas são suspeitos de receber dinheiro sujo vindo de grupos ligadas a máfias na Rússia.

A indignação deve aumentar com a lei que deverá ser aprovada ainda neste fim de semana pelo governo do país proibindo qualquer transferência bancária, para evitar a fuga de capitais. As filas também eram grandes nos bancos cooperativos locais, que costumam abrir também aos sábados: desde o começo da manhã se formaram longas filas de clientes que queriam sacar seus depósitos. Horas depois de iniciar o atendimento, as cooperativas fecharam as portas, após uma decisão anunciada pelo diretor-geral do Banco Central das Cooperativas, Erotokritos Chlorakiotis, que informou que os bancos cooperativos ficarão fechados porque a decisão do Eurogrupo deveria ser aplicada imediatamente.

(Com agências EFE, France-Presse e Estadão Conteúdo)

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