Ibovespa cai 1,3% com cenário incerto da reforma da Previdência
Dólar tem a maior alta em quinze dias e fecha negociado a 3,85 reais
Cenário incerto sobre o andamento da reforma da Previdência desanima investidores e leve o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a sua terceira queda seguida. O índice fechou aos 94.754,70 pontos, com queda de 1,25% nesta quinta-feira, 11. Foi a maior variação negativa em duas semanas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou nesta quinta-feira que a reforma da Previdência “atrasará um pouco mais que necessário, mas vai tomar rumo”, sem mencionar datas específicas. O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), disse que é importante não apressar a tramitação da proposta de novas leis da aposentadoria para não gerar problemas judiciais posteriormente.
As declarações sinalizam um cenário incerto sobre a rapidez de aprovação da reforma da Previdência, o que incomoda o mercado financeiro, segundo analistas. “Enquanto a reforma não for aprovada, o Brasil não vai para a frente”, diz Reginaldo Galhardo, da Treviso Corretora.
Na quarta-feira, 10, deputados do Centrão afirmaram que vão pedir que a PEC do Orçamento Impositivo seja votada antes do que a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o que também poderá atrasar a aprovação da proposta.
Segundo Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, “pode ser uma sinalização de maior dificuldade na articulação para a aprovação da reforma (da Previdência)”.
No cenário externo, as commodities perderam forças após seguidas altas, e o petróleo brasileiro sentiu a queda. As ações da Petrobras encerraram o pregão com 2,71% de desvalorização.
Câmbio
Investidores internacionais também se desanimaram com a reforma da Previdência e fizeram o dólar subir 0,89%, fechando aos 3,85 reais. É a maior alta da moeda em quinze dias.
O foco para a entrada de investimento internacional no país é a aprovação das novas leis da aposentadoria, segundo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso.
“O mercado fica à mercê da reforma da previdência. As falas sobre o assunto influenciam tanto positivamente como negativamente”, afirma Galhardo.