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Guedes diz que abriu conta no exterior para se proteger do governo Dilma

Ministro defende em conversas privadas que abriu mão de investimentos para ocupar cargo; recursos no exterior seriam menor parte de seu patrimônio

Por Victor Irajá
Atualizado em 15 out 2021, 17h14 - Publicado em 15 out 2021, 16h54

O ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou incomodado com a repercussão da divulgação de sua conta no exterior. A offshore mantida por ele nas Ilhas Virgens Britânicas, defende o ministro em conversas privadas, teria sido aberta durante o governo Dilma Rousseff (PT) como forma de “se proteger” das políticas econômicas que se provariam desastrosas. A parcela de seu patrimônio no exterior seria “pequena e distante”, se comparada ao que mantinha no Brasil antes de assumir o cargo na pasta da Economia no governo de Jair Bolsonaro. Nas últimas décadas, Guedes participou da formação de empresas que se mostraram bem sucedidas e deram origem às atuais escola de negócios Insper, o banco de investimentos BTG Pactual e a empresa de educação Somos Educação, hoje parte do grupo Cogna.

Por isso, o ministro se defende afirmando que não precisava do cargo, mantendo uma posição mais confortável financeiramente do que depois de embarcar no setor público. Foi exatamente nesse sentido também que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu Guedes, quando em plenário discursou que ele “perde dinheiro trabalhando no governo”.

Guedes repete a aliados que poderia ter aberto um “blind trust” para administrar seus investimentos e negócios, mantendo-se distante das operações, mas preferiu “vender tudo lá embaixo”, referindo-se aos preços dos ativos. Ele afirma que perdeu dinheiro ao se desfazer de investimentos de mais de dez anos, para entrar no governo. Há uma semana, disse em evento virtual que havia vendido tudo o que estava em suas mãos ao preço do investimento, sem poder esperar o melhor momento para fazer as transações.

Ainda, segundo Guedes tem dito a pessoas próximas, não faz sentido a insinuação de que deliberadamente atuou pela desvalorização do real em relação ao dólar para poder lucrar. “Eu não mexo no câmbio”, repete ele. Além disso, a maior parte do seu dinheiro está no Brasil, e é aqui que ele mora. Ou seja, no saldo total de suas finanças, teria mais perdas do que ganhos com a alta do dólar.

Por fim, o ministro tem afirmado não movimentar a conta, declarada às autoridades, desde que assumiu a posição. No entanto, apesar do fato de que manter investimentos fora do país não ser ilegal, o caso foi utilizado politicamente por quem se beneficia do enfraquecimento do Ministério da Economia e do governo. Uma proteção contra isso foi a decisão do Supremo Tribunal Federal de arquivar as denúncias contra ele. Foi um sinal de que a Corte não daria vazão às acusações por temer um cenário de maior instabilidade econômica. Guedes sabe que representa o pilar que sustenta o compromisso do governo Jair Bolsonaro com as contas públicas e visto ainda como uma proteção dentro do governo contra a adoção de políticas populistas, visando as eleições do ano que vem, que prejudicariam ainda mais a credibilidade do país junto ao mercado financeiro.

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