Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Governo propõe reduzir meta fiscal de 2025 para déficit zero

Projeção anterior era de superávit de 0,5% do PIB; Equipe econômica também propôs reduzir a meta de superávit fiscal de 2026 de 1% para 0,25%

Por Larissa Quintino Atualizado em 15 abr 2024, 22h44 - Publicado em 15 abr 2024, 17h10

O governo federal enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). O documento, que baliza a peça orçamentária do próximo ano, traz a revisão da meta fiscal para 2025. Segundo o texto, o executivo fixou como zero a meta de resultado das contas públicas no próximo ano, ou seja, com despesas iguais às receitas. A nova meta é igual a deste ano, de déficit zero. 

Até então, o governo trabalhava com um superávit (receitas superiores às despesas) de 0,5%, ou 61 bilhões de reais de saldo positivo nas contas, para 2025.

As metas de resultado primário dos três anos seguintes também foram revistas. Agora, a proposta é: superávit de 0,25% do PIB em 2026, superávit de 0,5% em 2027 e 1% de superávit em 2028. Em todos os casos, há uma banda de tolerância de 0,25 ponto percentual para mais ou menos. Na prática, a medida faz com que o governo reduza o esforço para conter gastos públicos. Isso porque, se a arrecadação não estiver andando conforme a projeção no decorrer de cada ano, o governo seria obrigado a contingenciar despesas.

Se as metas fiscais forem alteradas pelo Congresso Nacional, nos moldes que propôs a equipe econômica, a necessidade de receita adicional estimada para os próximos anos cai substancialmente.

Continua após a publicidade

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o país vem de um projeto de degradação fiscal e que para ter uma mudança no movimento é necessário “uma compreensão e apoio da sociedade e dos três poderes”.  Ele afirmou que o ano de 2024 começou “mais desafiador” quanto ao avanço de gastos tributários sem compensação, como a desoneração da folha de pagamento e o programa de socorro ao setor de eventos, o Perse.

Ceron afirmou que a revisão das metas fiscais não significa uma alteração do arcabouço fiscal. Segundo ele, havia previsão de revisão dos resultados. Porém, o regramento que estabelece limite de gastos e meta de resultados fiscais continuam os mesmos.

Salário Mínimo

A LDO prevê vários parâmetros do Orçamento para o próximo ano. Segundo o texto, o salário mínimo deve subir 90 reais em 2025, para 1.502 reais.

Continua após a publicidade

O valor representa um aumento de cerca de 6,4% ao piso vigente neste ano, de 1.412 reais. A conta segue a fórmula da política de valorização do salário mínimo, aprovada pelo Congresso no ano passado. Entram na composição a inflação de 12 meses até novembro do ano anterior — que deve encerrar o ano em 3,3% — mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes  — neste caso, o crescimento de 2,9% em 2023. Com isso, o mínimo deve ter ganho real (acima da inflação) de 2,9% no próximo ano.

O valor do salário mínimo serve de referência para 54 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além de trabalhadores que recebem o piso nacional, o valor também é a base para aposentadorias e outros benefícios do INSS e pagamentos de seguro-desemprego e indenizações. 

Ao conceder um reajuste maior para o salário mínimo, o governo federal também gasta mais. Isso porque os benefícios previdenciários não podem ser menores que o valor do mínimo. Esse aumento eleva as despesas obrigatórias. Com isso, sobrarão menos recursos para os gastos “livres” do governo, chamados de “discricionários” – o que pode afetar políticas do governo federal.

Continua após a publicidade

Segundo o Executivo, a cada 1 real de aumento do salário mínimo criou-se uma despesa em 2024 de aproximadamente 389 milhões de reais.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.