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Governo brasileiro já considerava rebaixamento dos EUA

Por Da Redação
6 ago 2011, 13h04

Por Eduardo Rodrigues

Brasília – Um eventual rebaixamento da nota de risco de crédito dos Estados Unidos e suas graves consequências para a economia global já vinham sendo considerados pela equipe econômica do governo do Brasil nas reuniões que deram formato final às medidas cambiais e de incentivo à produção nacional tomadas nas últimas duas semanas. Ainda assim, diante da concretização da revisão negativa pela agência Standard & Poor’s, na última sexta-feira, novas intervenções poderão ser feitas.

De acordo com integrantes do Ministério da Fazenda, o impasse sobre a elevação do teto da dívida norte-americana pelo Congresso, solucionado apenas no limite do prazo para se evitar um calote, reforçou a necessidade de tomada de medidas mais pesadas e amplas para defender a economia brasileira diante de um cenário internacional que remete cada vez mais à crise na qual o mundo mergulhou no fim de 2008.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, só soube do anúncio da agência de rating no fim da noite de sexta-feira, após chegar a São Paulo, na noite do mesmo dia, procedente de Lima, no Peru, onde se reuniu com os demais ministros de finanças do continente sul-americano para discutir estratégias conjuntas para o enfrentamento da turbulência global. Diante da notícia, Mantega teria preferido se recolher durante o fim de semana para refletir sobre os próximos passos do ministério em relação ao retorno da crise financeira.

A avaliação na pasta é de que, com o rebaixamento de fato da nota dos EUA pela S&P, as incertezas nos mercados devem se agravar ainda mais nos próximos dias, com potencial de se espalharem rapidamente para outros países. Tanto que Mantega deve reunir sua equipe logo na segunda-feira para analisar a situação e planejar novas ações que possam blindar o País contra um novo aumento da especulação financeira, que tende a desaguar na entrada exagerada de dólares no Brasil.

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“Temos de tomar precauções para proteger a nossa economia, mas vamos ter de dar um jeito de não deixar o País parar”, afirmou um assessor de Mantega. Ele destacou que as últimas medidas de controle de derivativos criaram instrumentos importantes para conter a variação cambial, mas lembrou que tão importantes como as ações de defesa são as medidas de estímulo a setores cruciais da economia, incluídas no chamado Plano Brasil Maior.

Esse cordão de isolamento se faz necessário porque, como o próprio ministro estima, as crises fiscais que se arrastam nos EUA e principalmente na Europa ainda devem impedir o crescimento da economia mundial nos próximos dois ou três anos. Por isso, avalia a fonte, Mantega poderá ter que lançar mão de seu propalado “arsenal de medidas”, inclusive repetindo parte das ações de estímulo adotadas na crise de crédito que estourou no fim de 2008, mas que já voltaram ao armário. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, citou publicamente essa possibilidade na última quinta-feira, antes mesmo do rebaixamento da nota americana.

De qualquer maneira, a Fazenda mantém sua avaliação de que o Tesouro norte-mericano tem plenas condições de honrar seus compromissos, a despeito da reavaliação de rating pela S&P. O Brasil é um dos principais credores dos EUA, com a maior parte das nossas reservas internacionais investidas em papéis daquele país. “Eles estão tomando a pílula amarga que outros países sempre tomaram, que nós também já tomamos. Agora, a capacidade de financiamento da dívida não é o problema, mas sim os efeitos da crise da recuperação econômica”, concluiu o assessor.

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