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Futuro do trabalho: 23% das ocupações devem se modificar até 2027

Avanços tecnológicos criarão 69 milhões de postos, mas, junto com conjuntura econômica negativa, pode eliminar 84 milhões de outros

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 Maio 2023, 09h54 - Publicado em 30 abr 2023, 19h02

O medo de perder o emprego para as tecnologias assombra trabalhadores desde a primeira Revolução Industrial, no século XVIII. Agora que o mercado de trabalho passa por esse processo pela quarta vez, representado pela ascensão das ferramentas digitais, esse terror parece estar mais forte do que nunca. O relatório O Futuro do Trabalho, do Fórum Econômico Mundial, aponta qual deve ser a perspectiva para os próximos anos. 

De acordo com o documento, os avanços tecnológicos serão responsáveis por modificar 23% das ocupações até 2027. Como consequência, 84 milhões de postos de trabalho podem ser eliminados, mas em contrapartida, 69 milhões outros cargos serão criados. O saldo de 14 milhões de vagas perdidas pode soar assustador, mas ele representa apenas 2% do mercado de trabalho mundial. 

Curiosamente, a tecnologia tem sua parcela de responsabilidade, mas não será a principal culpada pela perda dos empregos. Os protagonistas desse fenômeno serão a desaceleração da economia e o aumento dos custos, de insumos e de vida. 

Em países subdesenvolvidos essa crise poderá aumentar ainda mais as desigualdades. No Brasil, por exemplo, o emprego é mais baixo entre mulheres e trabalhadores com educação básica, tendência que pode se intensificar à medida que profissionais mais especializados são necessários. 

Apesar disso, o país também carrega uma oportunidade. De acordo com os representantes das empresas pesquisadas, as tendências mais crescentes serão aquelas relacionadas a adoção de novas tecnologias, a ampliação do acesso digital e a aplicação de ESG, sigla que se refere a um conjunto de boas práticas que definem a empresa como social e ambientalmente mais consciente. 

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“O relatório traz uma novidades nas prioridades. Além da tecnologia digital, ele enfatiza a importância da agenda verde e ambiental”, afirma Carlos Arruda, doutor em negócios internacionais e professor de inovação e competitividade da Fundação Dom Cabral, que participou da realização do relatório. “O Brasil está em momento de vantagem, pois dois dos elementos transformadores do futuro do trabalho são segmentos prioritários no país: a pauta ambiental e o agro.”

Juntos, tecnologia, agro e agenda verde gerarão muitas oportunidades para profissionais brasileiros, mas será necessário que eles estejam preparados. Para isso, será preciso que as pessoas estejam dispostas e que as organizações deem oportunidades. “As empresas têm essa responsabilidade de requalificar seus profissionais”, diz Arruda. O governo, contudo, também precisará estimular esse esforço, pois o custo de uma parcela ainda maior de desempregados será, certamente, maior do que o investimento. 

O desenvolvimento tecnológico traz benefícios, mas também exige consciência. Ao mesmo tempo em que as novas ferramentas exigirão possibilitarão um aumento da produção por preços menores, também será necessário responsabilidade social para que todos sejam beneficiados por esses avanços. “Lucro e impacto positivo no ambiental e no social não são agendas divergentes. Isso é uma belíssima oportunidade”, afirma Arruda. 

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