SÃO PAULO, 13 Jun (Reuters) – O mês de junho começou com fluxo cambial -entrada e saída de moeda estrangeira do país- positivo em 843 milhões de dólares até o dia 8, mostrou nesta quarta-feira o Banco Central. Em maio, o fluxo havia ficado negativo em 2,691 bilhões de dólares.
O resultado de junho veio da conta financeira -por onde passam os investimentos estrangeiros produtivos e em portfólio, entre outros-, que apresentou saldo positivo de 1,127 bilhão de dólares no período, indicando que os investidores estrangeiros podem estar se voltando novamente para o mercado brasileiro.
Em maio, por exemplo, essa conta mostrou saídas líquidas de 6,327 bilhões de dólares.
Em junho, até a última sexta-feira, a conta comercial registrou saída líquida de 284 milhões de dólares, depois de fechar o mês passado com superávit de 3,636 bilhões de dólares.
Na semana anterior, do dia 28 de maio ao dia 1º de junho, o fluxo total já havia dado sinais de melhora, com saldo positivo de 397 milhões de dólares.
No acumulado do ano, até o dia 8 passado, o superávit era de 23,468 bilhões de dólares, sendo que no mesmo período do ano passado, foi bem maior: de 39,988 bilhões de dólares.
Nos últimos meses, a aversão ao risco nos mercados e a volatilidade têm aumentado em função das incertezas sobre a zona do euro, principalmente da Espanha e da Grécia. Esse cenário, tem deixado investidores mais cautelosos, reduzindo a liquidez, e colaborado para uma valorização do dólar frente ao real.
Em maio, o dólar subiu 5,79 por cento frente ao real. Desde o início do ano até a véspera, a divisa norte-americana acumula alta de 10,52 por cento.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem afirmado que não é desejável volatilidade no câmbio e, em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta quarta-feira, disse que alguma medidas cambais, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos de até cinco anos feitos no exterior, podem ser revistas.
“Hoje há menos liquidez lá fora, e não está havendo grande fluxo. No momento adequado, uma medida como essa poderá ser revista”, disse o ministro na entrevista.
(Reportagem de Danielle Fonseca)