Fed fala em cautela e evita cravar data para corte dos juros nos EUA
Jerome Powell disse que o banco não está com pressa para implementar cortes até ter confiança de que a inflação está cedendo
O presidente do banco central americano (Fed), Jerome Powell, emitiu uma mensagem de cautela durante um discurso na Universidade de Stanford nesta quarta-feira, 3, enfatizando a necessidade de tempo para avaliar a atual situação da inflação nos Estados Unidos.
Powell destacou que o banco central não está com pressa para implementar cortes nas taxas de juros, indicando a importância de ter maior confiança na sustentabilidade de uma queda na inflação para atingir a meta de 2%.
Essa postura cautelosa ocorre em um contexto em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) optou por manter as taxas de juros na última reunião. Powell reconheceu que os recentes dados sobre ganhos de emprego e inflação superaram as expectativas, refletindo uma abordagem paciente por parte do banco.
Durante seu discurso, o presidente do Fed reconheceu que os dados de inflação referentes aos meses de janeiro e fevereiro excederam as leituras, contudo, Powell ressaltou que é prematuro concluir se esse aumento será duradouro ou apenas um evento passageiro.
Além disso, ele afirmou que os indicadores recentes não provocam mudanças significativas no panorama econômico geral. “No entanto, os dados recentes não alteram substancialmente o quadro geral, que continua a ser de crescimento sólido, um mercado de trabalho forte, mas em reequilíbrio, e a inflação se aproximando de 2% em um caminho às vezes acidentado”, disse.
Powell, no entanto, destacou que o banco está diante de uma tarefa desafiadora, equilibrando a decisão de cortar os juros no momento certo ou mantê-los no nível atual até que haja sinais mais robustos de desaceleração da inflação. Isso porque comprometer os avanços na contenção da inflação, enquanto um relaxamento tardio poderia enfraquecer a atividade econômica e o emprego. Powell salientou a importância de manter um equilíbrio cuidadoso nas decisões políticas, considerando os riscos envolvidos em ambas as direções.