Fed eleva juros americanos em 0,25 ponto e volta a pressionar a economia
Em linha com o esperado, o banco central americano retoma o aperto monetário, que pode não ter chegado ao fim
O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, elevou a taxa de juros do país em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, 26, retomando o aperto monetário iniciado há mais de um ano, em março de 2022. Na deliberação anterior, em junho, o órgão interrompeu um ciclo de dez altas consecutivas, mas sinalizou que o movimento seria retomado ao longo de 2023.
Como amplamente esperado pelo mercado, a primeira entre as altas de juros restantes do ano ocorreu neste final de julho, situando a taxa na faixa de 5,25% a 5,5%. Assim, o Fed optou por pressionar a economia americana em 11 das últimas 12 reuniões que tratam da política monetária. Com base no que foi sinalizado nos comunicados das últimas reuniões, o mercado espera mais uma elevação em 2023, mas sem saber com clareza se essa ocorrerá em setembro ou em novembro.
O mercado não descarta, contudo, a possibilidade de o Fed reavaliar o cenário econômico e decidir pela manutenção dos juros pelo restante do ano — algo que cabe no cenário apontado pelo Fed na deliberação de hoje. “O comitê (de política monetária do Fed) continuará a avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária”, disse o órgão ao comunicar a elevação dos juros. Em seguida, sinaliza que algumas variáveis serão levadas em conta a fim de “determinar a extensão do ajuste de política adicional que pode ser apropriado” para domar de vez a inflação.
Assim, o presidente do Fed, Jerome Powell, segue cauteloso e mantém a porta aberta para que os juros voltem a subir em 2023. O comunicado emitido pela autoridade monetária fala que, apesar de a atividade econômica do país estar se expandindo em um “ritmo moderado”, a inflação “permanece elevada”. Desse modo, ainda é incerto se resultados melhores do que o esperado pelo mercado no combate à inflação, registrados recentemente pelo Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), dentre outros fatores, vão brecar a subida dos juros neste ano.