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Eurozona decide de uma vez por todas se quer resgatar a Grécia

Por Por Maria Lorente
19 fev 2012, 11h20

A zona do euro deverá decidir nesta segunda-feira se irã ou não ajudar a resgatar a Grécia da falência, sendo que, para isso, será preciso convencer alguns de seus parceiros mais propensos a expulsar este país da União Monetária.

Nas últimas horas, vários dirigentes europeus expressaram sua confiança de que os ministros de Finanças dos 17 países da zona do euro, que se reunirão em Bruxelas, darão sina verde ao desembolso dos 130 bilhões de euros à Grécia, pendentes desde outubro de 2011.

O Eurogrupo também deverá aprovar o plano para reduzir a colossal dívida da Grécia, de cerca de 350 bilhões de euros (160% de seu PIB), mediante o perdão de 100 bilhões de euros por parte dos credores privados do país (bancos e fundos de investimento).

Tanto o chefe do governo italiano, Mario Monti, quanto a chanceler alemã, Angela Merkel, se disseram confiantes de que um acordo sobre a Grécia poderá ser fechado na segunda-feira, conforme disseram na sexta-feira após uma conversa telefônica com o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos.

Caso a ajuda não seja aprovada, Atenas deve declarar-se em moratória, já que no dia 20 de março o país terá pela frente seu próximo vencimento de dívida por 14,5 bilhões de euros.

“Estamos cada vez mais perto de obter os elementos necessários para tomar uma decisão”, disse o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, que nos últimos dias vinha sendo um dos mais relutantes em continuar a ajudar a Grécia. Contudo, ele acrescentou: “Ainda é muito cedo para saber se a resposta será positiva ou não”.

Há menos de uma semana a Grécia não cumpriu todos os requisitos exigidos por Bruxelas para obter ajuda.

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No domingo passado, o Parlamento grego aprovou o plano de reforma, em meio a protestos em massa que levaram a saques e incêndios no país. Logo depois, a zona do euro recebeu garantias de partidos políticos que compõem a coalizão grega de que qualquer partido que vencer as eleições de abril implantará o plano de austeridade.

E, no final da semana, Atenas concluiu o último obstáculo: declarou como serão feitos os cortes extras de 325 milhões de euros.

“Acreditamos que temos a aprovação do Eurogrupo”, disse o porta-voz governamental Pantelis Kapsis.

Contudo, na mesma semana, vários países mostraram-se contrários à ajuda à Atenas, dizendo que a Grécia não atendeu a qualquer uma das reformas prometidas após o recebimento dos 110 bilhões de euros em 2010.

“Quem garante que o segundo pacote vai ajudar?”,disse um diplomata em Bruxelas.

Foi assim que surgiram propostas como entregar a ajuda em prestações ou adiar as eleições até o resgate da Grécia ser concluído. Também foi pedida uma reforma sem precedentes para aumentar os sistemas de vigilância sobre Atenas, bloqueando uma conta que controla os fundos previstos para o pagamento dos juros da dívida grega.

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Ambas as propostas estarão na segunda-feira sobre a mesa, entre outros temas que prometem ser controversos, especialmente depois de ter sido revelado que a Grécia precisa de mais que 130 bilhões para se reerguer.

De acordo com um relatório dos credores públicos da Grécia, a troika que compõem o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional e da União Europeia, é preciso fazer mais para reduzir os níveis de endividamento a 120% do PIB em 2020 como pretendido.

O BCE pode ter um papel-chave nesse processo e já começou a resgatar os 50 bilhões de euros que possui em títulos gregos, trocando-os por novos títulos para se proteger contra perdas no âmbito da reestruturação da dívida grega.

O futuro da Grécia, que entra em seu quinto ano de recessão, está pendurado por um fio.

A agitação social causada por medidas de austeridade em um país com um desemprego superior 20% tem sido enorme, com protestos cada vez mais violentos. Contudo, de acordo com pesquisas, a maioria dos gregos quer continuar na zona do euro.

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