Esquenta a briga entre Carstens e Lagarde pela direção do FMI
Enquanto ministra francesa desembarca na Índia, candidato mexicano critica europeus

Enquanto a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, desembarcou nesta terça-feira na Índia em busca de apoio para sua candidatura ao cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, continua em campanha para presidir o fundo e utiliza argumentos fortes contra a hegemonia europeia no FMI. Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, Carstens criticou os países europeus por não darem espaço aos emergentes na concorrência. A afirmação foi feita para explicar o fato de praticamente todos os países do continente já terem se posicionado em favor de Christine Lagarde em sua candidatura, sem nem mesmo escutarem o que ele tem a dizer.
Segundo o cadidato mexicano, é de interesse dos países emergentes que sua vitória aconteça – e não a de Christine. ” Se os mercados emergentes não agirem de acordo com suas aspirações, nós nunca conseguiremos chegar onde queremos”, afirmou o economista ao FT. Carstens também disse que a Europa não é exemplo a ser seguido, devido a todos os problemas fiscais que acometem muitos países do bloco atualmente. “Eles falharam e administrar a própria dívida”, afirmou. Para dar sequência à campanha, o economista deve se reunir nesta tarde com o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central do Canadá.
Lagarde na Índia – Já Christine deve se reunir com o primeiro-ministro indiano Manmohan Singh, além de outras autoridades do país asiático. Depois de visitar o Brasil, onde se comprometeu a, se eleita, dar mais peso aos países emergentes, a candidata francesa segue sua missão de visitar todos os membros dos Brics, grupo das economias emergentes que conta ainda com Rússia e África do Sul.
Os países emergentes criticam a regra tácita vigente desde a Segunda Guerra Mundial que dá o comando do FMI a um europeu e a presidência do Banco Mundial a um americano. Considerada favorita na briga pela vaga de Dominique Strauss-Khan, Christine tem dois rivais: o mexicano Agustín Carstens e o cazaque Grigori Martchenko.
(Com agência France-Presse)