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Entenda o sobe e desce das ações da Taurus na bolsa

Após dois dias de queda brusca, os papéis da empresa voltaram a subir nesta quinta-feira

Por André Romani 17 jan 2019, 18h51

Na última terça-feira 15, o presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou o decreto que facilita a posse de armas no país, uma de suas promessas de campanha. No mesmo dia, as ações da fabricante de armas brasileiras Taurus entraram em queda na bolsa. Após uma desvalorização de quase 40%, os papéis preferenciais da empresa voltaram a subir nesta quinta-feira, 17, e fecharam em alta de 13,98%. Segundo especialistas, a volatilidade dos ativos da companhia e o otimismo excessivo foram as principais causas para essa movimentação.

As ações da Taurus foram uma das que mais se valorizaram no ano passado na bolsa brasileira. Suas ações ordinárias subiram 180% em 2018, enquanto as preferenciais chegaram aos 130%. Por isso, muitas pessoas ficaram surpresas com a queda abrupta dos papéis após a flexibilização da posse de armas no país. Para Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, o movimento já era esperado. “É aquela velha frase do mercado: comprar ações ao ouvir os tambores e vender ao soar das trombetas”, explica ele, fazendo referência às batalhas medievais. “Ou seja, apostar na expectativa e vender quando ela se concretizar”, completa.

Já para Ari Santos, gerente de operações de renda variável da corretora H.Commcor, outro fator que explica essa oscilação é a possibilidade de entrada de concorrentes da Taurus no mercado brasileiro. Viriato diz não acreditar em um aumento significativo de compras de armas pelo brasileiro, mas afirma que a empresa pode não ser a principal favorecida por um eventual movimento neste sentido. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já sinalizou uma abertura do mercado de armas, que traria uma concorrência forte para a fabricante brasileira. “Se isso vier, é pior ainda”, opina.

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Ari Santos lembra que o mesmo já ocorreu com outras empresas “queridinhas do mercado”. “Quando chega o concorrente externo, a situação tende a mudar”, completa.

Para ele, as movimentações dos últimos dias seguem esse aspecto volátil: “As pessoas tendem a comprar quando cai e vice-versa”. A própria Tauruspar Paricipações S.A., controladora da Taurus Armas, vendeu 260 mil ações ordinárias da fabricante brasileira, 0,56% do total e 923 mil preferenciais, 3,27% do total, no dia em que o decreto foi assinado.

De acordo com Santos, essa volatilidade ajuda a explicar um pouco da subida nesta quinta-feira.

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Excesso de otimismo

Para Viriato, muitos investidores tiveram uma “excesso de  otimismo” com relação ao assunto. Apesar de o presidente facilitar a posse – direito de ter uma arma em casa – existia também uma expectativa em torno da flexibilização do porte – direito de andar com uma arma na rua – e das vendas de armas também, o que, ao não ocorrer, pode ter ajudado na queda das ações.

Segundo ele, essas expectativas não se calcavam tanto na realidade. “Já era de pleno conhecimento a posição do governo Bolsonaro em relação ao porte”, relata ele.

Diferentemente da posse, o porte é um assunto que vem sendo tratado com mais cautela pelo governo. O ministro Sergio Moro (Justiça), ainda na terça-feira, negou que houvesse um movimento para sua flexibilização. 

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Ele lembra ainda que a empresa está endividada. “Se não se recuperarem, podem sofrer ainda mais.” Em 2017, a Taurus fechou com uma dívida total de quase 800 milhões reais.

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