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Empresários cobram agilidade para tirar novo PAC do papel

Em reunião com ministro, empresariado voltou a reclamar dos custos de produção e pedir urgência nas ações do governo

Por Cida Alves, de Brasília
15 ago 2012, 22h21

Os empresários convidados a assistir ao anúncio do PAC das Concessões se reuniram mais tarde com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Por mais de três horas, elogiaram o pacote de concessões para rodovias e ferrovias, mas pediram ao governo rapidez e afinco para reduzir a carga tributária. Segundo os presentes no encontro, Mantega ouviu bem mais do que falou. Quando se pronunciou, foi para mostrar as perspectivas da Fazenda em relação à recuperação econômica que, segundo ele, virá já no terceiro trimestre. O ministro também anotou as principais queixas e prometeu trabalhar para solucioná-las.

O empresariado continua, na prática, com o clamor de sempre: que os custos de produção no país sejam reduzidos. Os donos de empresas celebraram o anúncio do novo PAC, mas cobraram agilidade para que ele saia do papel. “Todos estão muito preocupados com o custo Brasil. Isso foi criado quando o país tinha 500% de inflação em cinco anos”, disse Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza. A empresária destacou que o custo Brasil é um dos principais fatores que emperram a competitividade do país – e que tudo o que for possível ser feito para reduzi-lo será “bom para o consumidor e para o desenvolvimento do país”.

Para viabilizar essa redução, o governo não só preparou o pacote de concessões de rodovias e ferrovias, como também deverá anunciar nas próximas semanas a concessão de portos e aeroportos e um programa de redução da carga tributária que incide sobre o preço da energia elétrica.

Concessões – Algumas empresas aproveitaram o encontro com Mantega para especular sobre as possibilidades de participação no processo licitatório – e receberam uma resposta promissora. Segundo o ministro, a estimativa do governo é de que a Taxa Interna de Retorno (TIR) do investimento em infraestrutura hoje seja de 10% a 12% ao ano.

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O presidente da Vale, Murilo Ferreira, falou que a empresa já mantém conversas com investidores internacionais, cujos nomes ele não revela, para investir em ferrovias, rodovias e portos. “Como temos relacionamento internacional, estamos mostrando aos investidores estrangeiros que há boas oportunidades no Brasil”, disse Ferreira.

O grande temor do setor privado ao entrar em Parcerias Público-Privadas (PPPs) com o governo tem sido justamente a rentabilidade. Muitos reclamam que, em alguns casos, o retorno sobre o investimento não é compatível com ganhos em projetos exclusivamente privados.

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Apesar da crítica, a avaliação geral é de que há avanços surpreendentes na intenção de mudar o modelo ultrapassado de infraestrutura no país. “Os anúncios desta manhã foram uma quebra de paradigma. Mas há outros temas nos quais o governo precisa continuar trabalhando, como a melhora das condições de juros, do câmbio e da competitividade, além da redução da carga tributária”, explicou Paulo Tigre, diretor da DHB Indústria e Comércio.

A desoneração da folha de pagamentos também foi tema da reunião. Segundo o presidente da EMS, Carlos Sanchez, Mantega indicou que novos setores terão desoneração – entre eles o de medicamentos. “A publicação seria em setembro e passaria a valer a partir de janeiro. Nosso setor busca uma desoneração de 1%”, afirmou.

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Entre os presentes estavam Eike Batista (grupo EBX) e seu pai, Eliezer Batista (ex-presidente da Vale), David Feffer (Suzano), João Castro Neves (Ambev), Marcelo Odebrecht (Construtora Odebrecht), Robson Andrade (CNI), Sérgio Werlang (Itaú) e Raphael Klein (Casas Bahia/Ponto Frio).

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