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Empresa alemã mira transformar um pedaço de Canela no m² mais caro do país

Administradora de hotéis Kempinski deve inaugurar seu primeiro resort de luxo no Brasil em 2026, com investimento de R$ 700 milhões

Por Felipe Mendes Atualizado em 13 dez 2023, 17h35 - Publicado em 13 dez 2023, 16h30

Inaugurado em 1978, o hotel Laje de Pedra tornou-se rapidamente um dos principais cartões-postais da cidade de Canela, munícipio vizinho a Gramado, no Rio Grande do Sul. No auge, acomodou chefes de Estado, empresários e grandes artistas de expressão nacional. O passado glorioso do espaço, contudo, ficou para trás em 2020, quando o projeto sucumbiu e fechou as portas em meio à pandemia de Covid-19. Foi quando o empresário José Paim, um dos fundadores da incorporadora Rossi, resolveu fazer uma investida para recuperá-lo. Depois de um longo período de negociação, Paim e seus sócios, José Ernesto Marino Neto e Márcio Carvalho, adquiriram o local e chamaram a atenção do grupo alemão Kempinski, que opera mais de 80 hotéis cinco estrelas no mundo, para a criação de um novo resort de luxo na região.

Em fase de obras, o projeto tem inauguração prevista para 2026, está demandando um aporte de 700 milhões de reais e terá um valor geral de vendas (VGV) de 2,5 bilhões de reais. “Já concluímos a primeira parte das vendas. Foram 300 milhões de reais em vendas. O nosso apartamento mais caro foi vendido a 78 mil reais o metro quadrado”, afirma Paim.

Com o projeto de revitalização do tradicional empreendimento da Serra Gaúcha em um resort cinco estrelas, o espaço passará a ter 360 apartamentos que custam entre 3,5 milhões e 14 milhões de reais em mais de 60 mil metros quadrados de área ocupada. A ideia, segundo Paim, é que o espaço concorra com hotéis do Rio de Janeiro e de São Paulo pelo título de metro quadrado mais caro do país. Para isso, o empresário se apoia no crescente número de turistas na região, sobretudo em Gramado, no convívio com a natureza e nas atrações que serão oferecidas no espaço, com restaurantes, bares, academia e teatro – todos em “padrão europeu”. “A região de Campos de Cima da Serra é uma das mais lindas do país, com campos e cânions, e é desconhecida até para os gaúchos. Nós queremos revelar esse destino de Canela”, diz Paim. “O Kempinski vai ser um hub para a exploração dessa região.”

Para atrair potenciais compradores da área residencial do hotel, os sócios resolveram abrir uma churrascaria de alto padrão com vista para a natureza. Chamado 1835, em alusão ao início da Revolução Farroupilha, o espaço é fruto de um investimento de 8 milhões de reais e recebe cerca de 16 mil pessoas por mês, com um tíquete médio de aproximadamente 300 reais. Além disso, o local também está abrigando o Instituto Cultural Laje de Pedra, com mostras expositivas sobre a paisagem da região e o legado do antigo empreendimento. A ideia é que depois da inauguração do hotel, a Kempinski também realize parcerias para explorar o potencial de turismo da região, como passeios de balões, a cavalo e visitas a vinícolas.

O empreendimento é a primeira empreitada da Kempinski no Brasil — e na América do Sul. Em seus hotéis, a administradora busca respeitar as características dos locais onde atua mundo afora, fugindo de uma “padronização” internacional. No futuro Laje de Pedra, por exemplo, há uma predileção pelo uso do couro, da lã, da madeira e da pedra, como pode ser visto em seus decorados – no restaurante, os funcionários usam vestes tradicionais da cultura gaúcha. Além de administrar os estabelecimentos que irão operar no espaço, a Kempinski também será responsável pelo aluguel dos quartos – o dono de apartamento que ofertar seu quarto em aplicativos como Airbnb e Booking sofrerá punições. “A locação só poderá ser feita pela Kempinski. É proibido alugar de qualquer outra maneira que não seja pela Kempinski. Isso está no contrato. A multa, para casos assim, é enorme”, revela Paim. “A Kempinski não pode ser canibalizada. Se o sujeito aluga, você acaba perdendo o controle e a qualidade no espaço.”

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