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Em semana de Copom, mercado projeta inflação acima da meta também em 2022

Segundo Boletim Focus, IPCA do próximo ano ficará em 5,02%, na 20ª alta seguida projetada pelo mercado; PIB deve avançar apenas 0,51% em 2022

Por Larissa Quintino Atualizado em 6 dez 2021, 14h26 - Publicado em 6 dez 2021, 09h24

Entre terça e quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne pela última vez em 2021, e está com os olhos totalmente voltados para o próximo ano. Se neste ano a meta de inflação foi completamente perdida, o Banco Central tenta evitar o mesmo para o próximo ano e equilibrar o aumento dos preços com a atividade econômica, com previsões de baixa. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, os analistas do mercado financeiro apostam num cenário bem desafiador. A inflação deve chegar a 5,02% em 2022, em sua vigésima semana consecutiva de alta. A projeção é acima do centro da meta, de 3,50% e da margem de tolerância, de 5%. Já o PIB deve ficar em 0,51% no próximo ano. Esta é a nona semana consecutiva de baixa projetada pela pesquisa do Banco Central. Para este ano, os economistas projetam inflação de 10,18% e PIB de 4,71%.

Desde março, o Copom voltou a subir a taxa básica de juros para tentar segurar a alta dos preços. Da mínima histórica, de 2%, a Selic chegou a 7,75% em outubro e, segundo sinalização dada pelo BC na última reunião, deve subir mais 1,5 ponto, chegando a 9,25% ao final deste ano. Quando a alta começou, o cenário econômico brasileiro era de recuperação da economia, com a chegada das vacinas e a expectativa da normalização das atividades após a fase mais crítica da pandemia de Covid-19 no país. Porém, o cenário se inverteu. Com efeitos globais na cadeia de suprimentos, câmbio mais alto, problemas climáticos e alta dos preços, a economia brasileira passa a dar sinais de desaceleração. O PIB do 3º trimestre desse ano, por exemplo, recuou 0,1%. Com a queda de 0,4% no trimestre anterior, o país entrou em recessão técnica.

O desafio do Banco Central é equilibrar o controle inflacionário e a falta de produtividade da economia. Com a alta dos juros, o crédito para o consumidor e as empresas ficam mais caros, o que desestimula o consumo e também a atividade. Os economistas consultados pelo Focus apostam que, mesmo com o desafio de lidar com o baixo crescimento e a inflação, o BC continue subindo os juros. A previsão é de 9,25% para este ano e de 11,25% para o próximo, e está estável em relação à consulta feita na semana anterior.

 

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