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Elétricos e novas tecnologias puxam investimentos de montadoras no Brasil

Nos últimos dias, Volkswagen e GM anunciaram investimentos bilionários no país para modernização das fábricas e lançamento de modelos

Por Juliana Elias Atualizado em 7 Maio 2024, 17h29 - Publicado em 6 fev 2024, 12h25

Uma maior previsibilidade dada para os investimentos por programas como o Mover, lançado no começo do ano pelo Governo Federal, ao lado de uma mudança rápida de tecnologias que tem forçado a indústria automobilística a se reinventar, estão entre as principais razões apontadas por especialistas para a nova leva de investimentos do setor que têm sido anunciada no país.

Na sexta-feira, 2, a Volkswagen anunciou um projeto de investimentos de 9 bilhões de reais nos próximos quatro anos, que incluem o lançamento de 16 veículos no país,  entre eles modelos híbridos e elétricos. O novo ciclo de investimentos se soma a outro iniciado em 2022 e, com isso, a empresa totalizará 16 bilhões de reais aportados no Brasil nos próximos cinco anos. O anúncio foi feito poucos dias depois de a GM divulgar um plano de 7 bilhões de reais até 2028, voltados para uma “renovação completa do portfólio” e o desenvolvimento de novas tecnologias, conforme anunciado à época. “Este será o período de maior transformação da GM no Brasil; as mudanças são necessárias em virtude das atuais demandas da sociedade e dos consumidores”, disse o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, quando o anúncio dos investimentos foi feito.

De acordo com especialistas do setor, mesmo em um momento em que a indústria automotiva trabalha com capacidade ainda ociosa após as reduções da pandemia, e não teria a necessidade de investir para ampliar ou abrir novas fábricas, a corrida tecnológica que engoliu o mercado dos carros tem levado todas as grandes fabricantes a se modernizar no mundo todo. São inovações que vão dos veículos elétricos às diversas tecnologias “inteligentes” que passaram a ser embutidas nos veículos.

“Os carros estão ficando cada vez mais tecnológicos, eles estão virando smartphones com rodas”, diz Ricardo Bacellar, conselheiro consultivo para a indústria automobilística. “Aos poucos, o eixo principal dos investimentos está migrando do mecânico para o tecnológico, e, para colocar tecnologia nos produtos, para produzir veículos mais sofisticados, é preciso investir nas fábricas, se não a empresa não consegue produzir determinado modelo naquela planta que ficou obsoleta. Uma planta feita para produzir veículos com motores a combustão, por exemplo, não consegue fazer o elétrico. Ela precisa ser renovada.”

Vendas

A indústria automobilística deve encerrar 2023 tendo vendido pouco mais de 2 milhões de carros, diz Bacellar, enquanto a capacidade instalada de todas as montadoras que já estão aqui é de 3,5 milhões. “As montadoras que já estão no Brasil não precisam aumentar capacidade, os investimentos são em tecnologia”, diz o consultor.

O que o país está ganhando em aumento capacidade está vindo de novas entrantes, caso da chinesas de elétricos BYD, que anunciou investimentos de 3 bilhões de reais na Bahia, e o da também chinesa GWM, que planeja investir 10 bilhões de reais para se instalar no interior de São Paulo nos próximos anos. “Se somar todos os investimentos já anunciados [para os próximos anos], o valor passa de 41 bilhões de reais”, diz Bacellar.

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