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Eleição influenciou estratégias de mais de 80% dos investidores

As mudanças norteadas pelas eleições foram muito mais defensivas do que agressivas - ou seja, mais focadas em minimizar perdas do que em turbinar ganhos

Por Estadão Conteúdo 27 out 2018, 09h39

A escolha de um novo presidente para o país, cujos desdobramentos provocaram uma verdadeira montanha-russa no mercado financeiro, afetou a estratégia da maioria dos investidores brasileiros. Segundo pesquisa da gestora de recursos americana Legg Mason, para 83% dos investidores, a eleição teve influência moderada (51%) ou alta (32%) em suas aplicações. Apenas 10% afirmaram que o evento teve pouco impacto e 7% não mudaram sua alocação de recursos.

As mudanças norteadas pelas eleições foram muito mais defensivas do que agressivas – ou seja, mais focadas em minimizar perdas do que em turbinar ganhos.

“Foi uma eleição muito polarizada e com elementos novos, como a agregação de mídias sociais”, observa Roberto Teperman, diretor de vendas da Legg Mason. “Com tamanha volatilidade, vimos muitos investidores e gestores diminuindo exposição em Bolsa ou migrando para ações com proteção em dólar.”

Além do mercado acionário, a cautela também pôde ser observada na renda fixa – como investidores que optaram por títulos atrelados à Selic em vez de papéis prefixados. “Não se sabe o que pode acontecer. Com todo esse risco, muita gente quer ‘dormir’ no pós-fixado”, observa Willian Eid, professor da FGV.

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A pesquisa ouviu mil investidores entre 26 de julho e 24 de agosto. Os entrevistados estão comprometidos a investir pelo menos R$ 50 mil nos próximos 12 meses – e também fizeram modificações em suas aplicações nos últimos cinco anos. A Legg Mason gerencia mais de 750 bilhões de dólares em ativos em 17 países. No Brasil, também está presente por meio da subsidiária Western Asset, que administra 42 bilhões de reais.

Incertezas

Na corrida eleitoral mais incerta desde a redemocratização, as cotações da Bolsa e do dólar oscilavam a cada mudança de cenário sinalizado pelas pesquisas de intenção de voto – sobretudo nesta reta final.

Especialistas lembram que foi a primeira vez que mercado foi forçado a mudar de candidato: como a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) não emplacou, Jair Bolsonaro (PSL) passou a ser a aposta do mercado, por ter uma agenda econômica mais liberal e menos intervencionista que Fernando Haddad (PT), agora seu oponente no segundo turno. A liderança de Bolsonaro na corrida presidencial deu um novo fôlego à Bolsa, que subiu quase 9% só em outubro – puxada sobretudo pelo “kit eleição”, formado por ações de empresas estatais.

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“Alguém pode até ter pegado essa alta de outubro, mas com certeza foram poucos, pois é difícil acertar em cheio”, observa Teperman. “O mercado andou e agora a maioria só recuperou parte da perda do ano – tanto que poucas casas (de investimentos) estão positivas. Muitas estão no zero a zero.”

Além da definição do próximo presidente, os investidores brasileiros também estão preocupados com as medidas que serão tomadas pela próxima gestão.

Ainda segundo a pesquisa da Legg Mason, as maiores preocupações dos investidores propensas a influenciar suas aplicações e seu patrimônio estão relacionadas a incertezas quanto à política econômica do novo governo (62%); insegurança jurídica (39%); oposição à reforma tributária (38%); oposição à reforma política (38%); ação mais intervencionista (36%); populismo (30%) e oposição à reforma da Previdência (29%). Cada entrevistado pôde escolher mais de uma resposta.

Eid aponta que, mesmo o candidato do mercado seja vitorioso, ainda há muitas questões em jogo que podem influenciar o mercado – e, por sua vez, as estratégias de investimento. “Mesmo se ele ganhar, com um programa razoavelmente ortodoxo de contenção fiscal, ainda há muitas incertezas – se o (assessor econômico de Bolsonaro) Paulo Guedes vai pegar seu chapéu e ir embora, se o Congresso vai passar as reformas ou não”, diz. “Por isso digo: a Bolsa é e tem de ser um investimento de longo prazo. Ponto.”

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