Dólar sobe com desconfiança do mercado com pacote fiscal
Investidores reagem com cautela em meio ao ceticismo sobre o sucesso do governo em conseguir aprovar medidas de austeridade, como a reedição da CPMF
O dólar opera em alta nesta terça-feira, depois de ter fechado em queda de 1,63% no dia do anúncio de novas medidas fiscais pela equipe econômica. Os investidores reagem com cautela em meio à desconfiança sobre o sucesso do governo Dilma Rousseff em conseguir aprovar medidas como a reedição da CPMF, que depende do Congresso. Às 16 horas, o dólar subia 1,37%, cotado a 3,866 reais na venda.
Cinco dias depois de assistir à perda do grau de investimento do Brasil, anunciada pela agência Standard & Poor’s (S&P), o governo apresentou nesta segunda medidas de ajuste que somam 66,2 bilhões de reais entre cortes de gastos e previsão de elevação de receitas. Praticamente todas dependem de aprovação do Congresso. Entre as medidas anunciadas, há a suspensão do reajuste de servidores públicos e dos concursos, corte de gastos de custeio, além de redução dos repasses ao Minha Casa Minha Vida e ao PAC.
O mercado também reage com cautela antes da reunião do Federal Reserve, banco central americano, nesta semana, que pode resultar na elevação da taxa de juros na maior economia do mundo e uma consequente fuga de capitais de emergentes.
No mercado de ações, a Bovespa abriu o dia em queda após abertura nesta terça, pressionada principalmente pelas ações da Petrobras, da Vale e de algumas siderúrgicas. No entanto, durante a tarde, o movimento se inverteu. Às 16 horas, o Ibovespa, principal índice, operava em alta de 0,08%, aos 47.321 pontos. Na segunda, o Ibovespa fechou em alta de 1,90%.
Leia mais:
Novo CEO da BMW desmaia em seu 1º evento oficial; assista
Petrobras nomeia Nelson Carvalho como presidente interino do Conselho de Administração
Previsões – Nesta manhã, o Credit Suisse revisou suas projeções para as principais variáveis macroeconômicas do Brasil em 2015 e 2016, entre elas PIB, câmbio e IPCA. O banco prevê agora que a economia brasileira deverá recuar 3% neste ano e 1,5% no próximo ano, ante previsões anteriores de quedas de 2,6% e 0,8%, respectivamente.
Para o câmbio, a instituição financeira espera que o dólar encerre 2015 cotado a 4,25 reais, subindo para 4,5 reais em 2016. As estimativas anteriores eram do dólar cotado a 3,4 reais e a 3,6 reais, respectivamente. Já para a inflação, as projeções para o IPCA foram revisadas de 9,4% para 9,5% em 2015 e de 6,5% para 7,3% em 2016.
(Com Estadão Conteúdo)