Dólar sobe a R$ 3,97 com tensão comercial e debate sobre juros nos EUA
Bolsa tem alta de 0,61% com cenário externo e expectativa por fim da tramitação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados

O dólar comercial subiu 0,5% nesta quarta-feira, 7, aos 3,97 reais na venda, maior valor desde 30 de maio, impulsionado pelas tensões comerciais entre China e Estados Unidos. A alta seria maior se não fosse a fala de um membro do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) indicando que a disputa entre os dois países pode levar a um novo corte nos juros. De olho no cenário externo e também na reforma da Previdência, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em alta de 0,61%, aos 102.782 pontos.
O mercado de câmbio no Brasil seguiu a tendência externa nesta quarta, com renovado sentimento de aversão ao risco da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Nesta semana, a tensão se elevou com a maior desvalorização , em dez anos do yuan, a moeda chinesa. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou os chineses de “manipulação cambial”.
Apesar de todos os comunicados de Pequim rechaçando esta rotulagem, Trump alegou que o país asiático teria “admitido” ser um “manipulador cambial”, e disse a repórteres na Casa Branca: “Vou te contar uma coisa: a China realmente quer fazer um acordo.”
A queda no câmbio só não foi maior, pois o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, disse durante a tarde que as tensões comerciais podem implicar em mais cortes nas taxas de juros. “Você poderia considerar, como eu considero, que a inflação sozinha exigiria mais acomodação na política monetária do que a que fizemos em nosso último encontro”, disse Evans, o que foi entendido como um sinal de novas reduções nos juros.
A taxa caiu 0,25 ponto percentual na semana passada, a primeira redução em dez anos nos Estados Unidos. No entanto, o mercado e Donald Trump esperavam uma diminuição maior, de 0,5 p.p.
No cenário interno, o Ibovespa teve alta — como sua sessão encerra mais tarde, o índice foi mais impactado pela fala de Evans. Além disso, o cenário interno teve mais relevância do que no câmbio, com os investidores na expectativa pela fim da tramitação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Na madrugada desta quarta, a proposta foi aprovada em segundo turno. Resta agora, que os destaques — parte do texto votadas em separado — sejam analisados. Ao fim da votação, a reforma segue para o Senado Federal.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)