Dólar recua 1,15% e tem maior queda em um mês
Bolsa de valores tem leve baixa de 0,08% à espera de novidades sobre a reforma da Previdência
Uma leve retomada de ânimo do capital estrangeiro sobre a reforma da Previdência fez o dólar recuar e cair 1,15% nesta segunda-feira, 25 _na maior desvalorização diária em um período de um mês. Com isso, a moeda norte-americana voltou a ser comercializada a 3,85 reais.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mudou o tom de sua fala após um final de semana conturbado com desentendimentos entre o líder dos deputados e o presidente da república, Jair Bolsonaro. Maia é uma figura de extrema importância para a aprovação da reforma da Previdência, e tê-lo ameaçando sair da articulação assusta, tanto o mercado, como os investidores estrangeiros, de acordo com o diretor do câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo.
Na semana passada, houve uma grave crise política que amedrontou investidores, ela engloba a troca de farpas entre Bolsonaro e Maia e a prisão do ex-presidente Michel Temer. Fatos que têm repercussão direta na aprovação da reforma da Previdência, segundo Bergallo. A melhora no clima e a libertação de Temer nesta segunda-feira acalmaram o mercado, mesmo com as incertezas de como as repercussões afetarão a articulação.
A desvalorização da moeda também é marcada por um momento de alto volume de venda. “A queda está relacionada a ajuste de posições após um susto grande”, afirma o diretor.
Mercado de ações
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores paulista, se manteve quase na estabilidade nesta segunda-feira, 25. O pregão se encerrou aos 93.662,01 pontos, com leve queda de 0,08%.
O mercado financeiro aguardou notícias concretas, segundo Pedro Coelho Afonso, economista da PCA Capital. A soltura do ex-presidente Michel Temer, que ocorreu após o fechamento dos mercados, agrada aos investidores, mas ainda não se tem certeza do impacto que esse assunto terá na reforma da Previdência.
Aconteceu nesta segunda-feira, uma reunião de Jair Bolsonaro com seus ministros, Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), para debater os atritos entre o governo e a Câmara. O mercado esperava novidades, porém o encontro acabou “sem relevância”, o que decepcionou os investidores, segundo o economista.