Dólar fecha acima de R$ 2 novamente, com piora no cenário externo
Preocupações sobre o futuro da Europa, expectativa de redução de juros pelo Banco Central e véspera da formação da Ptax explicam a alta do dia
A moeda norte-americana fechou esta quarta-feira levemente acima de 2 reais, acompanhando o mau humor dos investidores no mercado internacional. Com alta de 1,51%, o dólar à vista terminou o dia a 2,017 reais, próximo da máxima do pregão, de 2,018 reais.
A preocupação com a situação financeira da Espanha e os temores de que a Grécia deixe a eurozona levaram apreensão aos investidores, que se sentem receosos sobre o que esperar do futuro da economia europeia. Assim, a aversão ao risco tende a levar os agentes a buscar ativos mais seguros, como o dólar. Nos Estados Unidos, o recuo nos dados de moradias adicionou tensão ao mercado local.
Também pesaram no câmbio a percepção de que o governo está confortável com o nível corrente da moeda, a esperada redução da taxa básica de juros pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira, e a disputa entre comprados e vendidos na véspera da formação da Ptax (taxa média das cotações do dólar comercial calculada pelo BC).
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ao jornal americano The Wall Street Journal que a recente desvalorização do real tem sido “boa” para o Brasil, mas acrescentou que as coisas “sempre podem melhorar”.
IOF – Nesta quarta-feira, a equipe econômica saiu a campo para gerenciar as expectativas do mercado em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No início da tarde, por meio da assessoria de imprensa, Mantega negou que estejam em estudo medidas cambiais, como a retirada do IOF sobre operações de derivativos cambiais e sobre aplicações de capital estrangeiro em renda fixa.
Mais ao fim da tarde foi a vez do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, negar que o governo vá retirar a cobrança do IOF nas operações com derivativos cambiais. “Desconheço qualquer discussão de IOF de derivativos”, citou. Ao ser questionado se o governo estava satisfeito com o IOF, Augustin disse que o IOF “está bem”.
(com Reuters)