Desemprego na eurozona segue em 11,2%, recorde histórico
Desemprego bateu recorde na Itália em junho e registrou leve alta na Alemanha
Mercado de trabalho alemão mostrou em julho “sinais de uma evolução mais frágil”, diz agência
O desemprego na eurozona segue em 11,2% em junho, maior índice histórico desde a criação da união monetária, em consequência da crise na Espanha, onde o resultado é o dobro da média europeia, informou a agência de estatísticas europeia Eurostat. A zona do euro é formada por 17 países que adotam a unidade monetária comum. A taxa de 11,2% é a mesma de maio, depois de o Eurostat revisar para cima o dado para aquele mês, ante leitura anterior de 11,1%.
Já na União Europeia (UE) – composta por 27 estados-membros -, o índice de desemprego se manteve em 10,4%, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pela agência Eurostat.
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Entre os estados membros, as taxas de desemprego mais elevadas foram registradas na Espanha (24,8%) e na Grécia (22,5% em abril). Os dados contrastam radicalmente com outros países da zona do euro, como Áustria (4,5%), o país com menor índice, e Holanda (5,1%).
Na Itália, o índice atingiu 10,8% em junho, contra 10,6% em maio, apesar de uma leve queda entre os mais jovens, segundo os dados preliminares divulgados nesta terça-feira pelo Instituto de Estatísticas (Istat).
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O nível de 10,8% é o mais elevado desde o início da série estatística mensal, iniciada em 2004. O desemprego na Itália superou o nível simbólico de 10% pelo quarto mês consecutivo.
Em junho, o país tinha 2,79 milhões em busca de emprego, uma alta de 37,5% na comparação com o mesmo período em 2011. O desemprego entre os jovens, no entanto, caiu de 35,3% em maio a 34,3% em junho.
Para o primeiro-ministro italiano Mario Monti, a Itália e o restante da Europa, abalados pela crise, se aproximam do “fim do túnel”. Monti viaja nesta terça-feira para França, Finlândia e Espanha.
“Nos aproximamos, assim como o restante da Europa, do fim do túnel da crise, que começa a ser iluminada”, declarou Monti à rádio RAI 1, antes de chamar de “muito importantes” as decisões tomadas pelos dirigentes europeus em junho para solucionar os problemas da dívida.
Alemanha – Mesmo na economia mais forte da zona do euro, a Alemanha, a taxa de desemprego, que estava em queda há vários meses, subiu de 6,6% em junho a 6,8% em julho, anunciou a Agência Federal para o Emprego.
O mercado de trabalho alemão mostrou em julho “sinais de uma evolução mais frágil”, segundo um comunicado da agência.
Inflação – A inflação na eurozona permaneceu estável em julho, a 2,4% em ritmo anual, informou a agência de estatíticas europeia (Eurostat).
No entanto, a inflação na união monetária supera pelo 20º mês consecutivo o limite de 2% estabelecido pelo Banco Central Europeu (BCE), responsável por supervisionar a estabilidade dos preços na região.
(Com agência France-Presse)